Presidente da Alicoop abandona administração quando empresa for salva

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O presidente da Alicoop disse hoje que vai abandonar a administração da cooperativa assim que o plano de viabilização da maior cadeia de supermercados do Algarve for aprovado pelos credores.

Segundo José António Silva, que também preside à Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a decisão já foi comunicada “aos trabalhadores, aos fornecedores e à comissão de credores”.

“Irei manter-me nas minhas funções até à assembleia de credores, porque se não o fizesse poderia pôr em causa a aprovação do plano, mas a partir daí estarei completamente fora e alheio ao que se seguir”, disse à Lusa o administrador da cooperativa que se encontra em insolvência desde agosto de 2009, com dívidas acumuladas de 80 milhões de euros.

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A assembleia de credores deverá ser agendada pelo Tribunal de Silves para entre 23 maio e 5 de junho. Até lá, um grupo de cerca de 150 pequenos fornecedores credores tentam delinear um plano de salvação da cooperativa e das três empresas que detém (Alisuper, Macral e Geneco).

O projeto, segundo José António Silva, prevê a conversão de créditos em capital “alavancando a estrutura financeira” de uma empresa que será criada para viabilizar as lojas e manter os quase 500 postos de trabalho existentes.

“Só nos primeiros fornecedores contactados, menos de 50 por cento, já estamos a falar de cerca de 14 milhões de euros, ao que se junta os próprios trabalhadores que estão disponíveis para alocar mais 3 milhões de euros”, adiantou.

A intenção manifestada por essas pequenas e médias empresas deixa o administrador mais otimista em relação ao futuro da Alicoop e à aprovação do plano de viabilização, mas sublinha, ainda assim, a “necessidade da entrada de capital fresco”.Os fornecedores preparam-se para solicitar um apoio de cerca de seis milhões de euros ao Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas, ultrapassando assim a intransigência da Caixa Geral de Depósitos em conceder um empréstimo de 1,2 milhões de euros previsto no plano de viabilização elaborado pela Deloitte.

José António Silva diz ter acreditado sempre no plano e “nas suas virtudes” e, com o empenho agora demonstrado pelos fornecedores, diz-se convicto de que “estão criadas as condições para reforçar essas virtudes”.

A estratégia de viabilização apresentada aos credores passava pela reconversão da cadeia Alisuper – com 70 supermercados no Algarve e 11 em Lisboa – numa insígnia internacional. Foi aprovada pelo maior credor, o Millennium BCP, mas não pela Caixa Geral de Depósitos.

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