Presidente ucraniano adverte a nação para uma ofensiva da Rússia

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O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, confessou numa entrevista à BBC que o seu país está em “guerra real” com a Rússia.

“Poderei ser absolutamente claro? Isto não é um conflito com separatistas apoiados pelo Kremlin, isto é uma guerra real com a Rússia.” “O facto de termos capturado soldados das forças especiais russas é a grande prova disso”, disse Poroshenko.

O líder ucraniano admitiu ainda não confiar em Vladimir Putin, mas esclarece que não tem outra solução senão “ter fé na diplomacia” e continuar a negociar com o seu homólogo russo.

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Quando o jornalista britânico, Fergal Keane, lhe perguntou se ele temia uma ofensiva russa durante o verão, Poroshenko garantiu que nada teme, mas que acredita que a Rússia “está a preparar uma ofensiva” e aconselha todos os ucranianos a estarem preparados para uma eventual guerra.

Soldados russos capturados em Luhansk

“Nós vamos estar prontos, mas sem qualquer provocação. Continuaremos a respeitar os acordos de Minsk e as ofensivas russas serão totalmente da sua responsabilidade”, disse ainda o Presidente ucraniano.

A Rússia tem sido constantemente acusada pelo Ocidente de apoiar os separatistas ucranianos com soldados e armamento, denúncias que o Kremlin sempre negou.

Contudo, o papel da Rússia num conflito que já tirou a vida a mais de seis mil pessoas, voltou a estar na ordem do dia, depois de este domingo Kiev ter anunciado a captura dois soldados das forças especiais russas, num combate em Luhansk.

No mesmo dia foi divulgado um vídeo onde um dos homens confirma a sua identidade: “Sargento Alexander Alexandrov, nascido a 7 de janeiro de 1987, cidadão e militar ativo da Federação Russa”. Esta terça-feira, o Serviço de Segurança da Ucrânia divulgou um outro vídeo onde o mesmo homem acrescenta que 220 soldados das forças especiais russas atravessaram a fronteira ucraniana.

O Kremlin, confrontado com a alegada captura dos seus soldados, declarou que os homens já não trabalhavam sob a sua alçada.

Intensos combates

Esta terça-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stolenberg, pediu à Rússia para que deixasse de efetuar exercícios militares junto à fronteira ucraniana e exigiu que Moscovo fosse “mais transparente quanto às suas atividades militares”.

Apesar do cessar-fogo assinado em Minsk, capital bielorrussa, em fevereiro deste ano, o leste da Ucrânia continua sob intensos combates. As acusações de violação dos acordos de paz surgem de ambos os lados.

Só nas últimas 24 horas, três soldados ucranianos perderam a vida e outros nove ficaram feridos. A informação é avançada pelo porta-voz militar Andriy Lusenko: “A situação continua tensa e o número de violações do cessar-fogo cresceu – 22 posições ucranianas foram bombardeadas com armamento pesado”, expressamente proibido em Minsk.

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