Mais de 50 chefes de Estado, entre os quais o Presidente português Cavaco Silva, confirmaram até agora a sua presença nas cerimónias fúnebres de Nelson Mandela, que decorrem até domingo, anuncia o Governo sul-africano.
Vários Presidentes fazem-se acompanhar por cônjuges e pelos seus antecessores, como Barack Obama, que leva no seu avião George W. Bush, e de Dilma Rousseff, que vai chegar a Joanesburgo com uma comitiva que inclui quatro ex-chefes de Estado brasileiros: Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Fernando Collor de Melo.
O Presidente francês, François Hollande, viaja com o homem que derrotou nas últimas presidenciais, em 2012, Nicolas Sarkozy.
Também o Presidente de Cuba comunicou que vai à África do Sul para prestar uma última homenagem a Mandela. Raul Castro far-se-á acompanhar pelo chanceler Bruno Rodríguez.
Em representação do Presidente chinês, Xi Jinping, irá ao funeral o vice-presidente Li Yuanchao.
Cavaco Silva, que deverá chegar na manhã de terça-feira a Joanesburgo e regressar a Lisboa no final do dia, chefia a comitiva portuguesa, que integra o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete.
O herdeiro do trono britânico, Carlos, estará igualmente presente, bem como o músico Peter Gabriel e outras celebridades, numa cerimónia que será coberta por mais de dois mil jornalistas de todo o mundo.
Dalai Lama ausente
O Governo sul-africano reiterou ontem, entretanto, que não foram enviados convites para o funeral, conforme “a tradição cultural do país”, e associou a presença de tantos líderes, “em tão pouco espaço de tempo”, ao “lugar especial que Mandela ocupa nos corações das pessoas à volta do mundo”.
O Dalai Lama que, desde 2009, viu por duas vezes recusada a sua entrada na África do Sul, terá decidido não estar presente, segundo a Agência France Press, que cita o seu porta-voz.
Os chefes de Estado começam a chegar hoje a Joanesburgo, um dia depois de o país homenagear o seu líder com hinos e louvores, num domingo de orações, que marcou o início do programa oficial de luto.
As cerimónias incluem um serviço memorial num estádio de Johanesburgo, amanhã, e o funeral de Estado no próximo domingo, na antiga cidade de Mandela, em Qunu, na província de Cabo Oriental.
Muitas estradas serão cortadas, para facilitar o acesso das comitivas ao estádio FNB, junto ao Soweto, e o governo sul-africano já advertiu que nem todos conseguirão entrar no recinto, apelando aos residentes das diversas províncias para evocarem Mandela nas cerimónias organizadas localmente.
Mafalda Ganhão (Rede Expresso)