Após várias semanas de manifestações no Iraque, o primeiro-ministro Haider al-Abadi anunciou este domingo um conjunto de reformas políticas, que incluem o fim dos cargos de vice-presidente e de vice-primeiro ministro. O objetivo é diminuir os custos e favorecer o combate à corrupção.
O governante defendeu que a “nomeação de cargos políticos deve deixar de basear-se em quotas sectárias”, podendo mesmo os lugares ser preenchidos por independentes. Até esta altura, o país contava com três vice-presidentes, dois xiitas e um sunita, e três vice-primeiros ministros, um xiita, um sunita e um curdo.
Estas medidas surgem na sequência de vários protestos em Bagdad e noutras cidades do sul do Iraque – onde milhares de iraquianos saíram às ruas para protestar contra os cortes de eletricidade e e para exigirem reformas no país – e depois do líder iraquiano dos xiiitas, o aiatola Ali al-Sistani, ter apelado ao primeiro-ministro para “mostrar esforço” no combate à corrupção.
Segundo a BBC, um dos antigos vice-presidentes do Iraque, Nuri al-Maliki, e que continua a ter um papel importante no contexto político do país, já disse apoiar a medida de Haider al-Abadi
“Renovo a minha posição de apoio às reformas exigidas pelo processo político e guiadas pela autoridade religiosa suprema (Sistani) para o primeiro-ministro,” escreveu no Twitter Maliki.
Contudo, as reformas políticas propostas pelo primeiro-ministro iraquiano terão ainda que obter a luz verde do parlamento. Este será talvez o maior desafio para o governante, que poderá ser travado pelos opositores, numa altura em que o país tenta expulsar os jiadistas do Autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) em territórios do norte e oeste.
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