Produtores de sal de Castro Marim continuam a lutar pelo selo biológico

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“Os produtores pedem que os governantes de Portugal se juntem aos de Espanha, França, Itália e Grécia e exijam alterações ou chumbem na votação a nova lei”, afirma a Associação de Valorização do Salgado de Castro Marim (AVSCM), num comunicado divulgado esta quinta-feira.

A associação defende que “lá fora membros de Governo e dirigentes da Agricultura parecem estar bem mais atentos e sensíveis aos movimentos perigosos feitos nos bastidores deste processo que colocará nas prateleiras dos supermercados um sal alimentar que de biológico não terá nada”.

No dia 08 de março será apreciada e votada a nova legislação sobre o selo biológico para o sal alimentar no seio da União Europeia, pelo que a AVSCM recorda que o relatório foi escrito em meados de 2021, e que é a base da votação que está em cima da mesa, considera que “ignorou a posição da maioria dos especialistas em sal que foram consultados pela Comissão Europeia para o efeito”.

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A Associação de Valorização do Salgado de Castro Marim e a Cooperativa Terras de Sal, ambas com sede em Castro Marim, assinalou que tem feito vários “contactos de âmbito nacional e europeu na tentativa estoica de conseguirem travar um processo que desde o início tem tido um caminho enviesado”, tendo chegado à Comissão Europeia “diversos abaixo-assinados”.

“O sal tradicional é naturalmente enquadrável com a certificação biológica, sendo produzido de forma absolutamente sustentável, utilizando o Sol como principal fonte de energia, e contribuindo de forma inequívoca para a promoção da biodiversidade. Muito se estranha, contudo, que se admita incluir neste mesmo lote sais como os de mina ou de vácuo, atividades puramente industriais, associadas a elevados consumos energéticos e a sérios problemas ambientais, que incluem, entre outros, a contaminação do ar e dos aquíferos, bem como a fragilização estrutural dos terrenos adjacentes às explorações”, refere a associação.

De acordo com os dados analisados pela AVSCM, o mercado dos consumidores biológicos representa a maior fatia de vendas do sal marinho tradicional português.

“A entrada de qualquer tipo de sal neste mercado levaria a uma enorme redução da qualidade deste sal e à entrada de enormes volumes de sal produzido industrialmente a baixo preço, levando à impossibilidade de sustentar o emprego necessário à produção de sal artesanal e ao provável abandono da atividade por muitos produtores”, argumenta.

A associação refere ainda que “a nova legislação para sal alimentar no seio da União Europeia contraria o regulamento sobre produção orgânica UE 848/2018, e dará uma imagem absolutamente distorcida da realidade aos consumidores europeus, criando a ideia de que todos os métodos de produção são ambientalmente amigáveis, quando, de facto, isto não se verifica”.

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