Protetores solares podem causar infertilidade masculina

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Praia Dona Ana (Lagos)
Foto: Helio Ramos

Químicos dos filtros ultravioleta (UV) dos protetores solares são absorvidos pela pele e pelo organismo vindo a interferir no funcionamento das células do esperma, podendo causar a infertilidade masculina, segundo concluiu um estudo levado a cabo pela Universidade de Copenhaga.

“Estes resultados causam preocupação e poderão explicar parcialmente o motivo da infertilidade inexplicada ser tão prevalecente”, afirmou o investigador Niel Skakkebaek, que conjuntamente com os seus colegas efetuou testes relativos a 29 dos 31 filtros UV autorizados nos Estados Unidos e na União Europeia.

Os filtros foram encontrados em 95% das amostras sanguíneas e de urina recolhidas nos Estados Unidos, Dinamarca e outros países.

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Os investigadores constataram que 13 dos filtros, o que equivale a 45% dos analisados, induzem afluxos de íões de cálcio nas células de esperma, interferindo nas funções normais das células do esperma. “Este efeito começou com doses muito baixas dos químicos, abaixo dos níveis de alguns dos filtros encontrados nas pessoas após terem aplicado os protetores solares em todos o corpo”, referiu Skakkebaek.

Nove destes 13 filtros induziam o afluxo de íões de cálcio ativando diretamente o canal CatSper, causando um efeito similar ao da hormona feminina progesterona.

Oito dos 13 filtros que foram associados ao enfraquecimento do esperma são: avobenzone, homosalate, meradimate, octisalate, octinoxate, octocrylene, oxybenzone e padimate.

“O nosso estudo sugere que entidades reguladoras devem rever os efeitos dos filtros UV na fertilidade antes de os aprovarem”, referiu Skakkebaek, apelando a que sejam feitos mais estudos nesse sentido.

Os resultados da investigação da Universidade de Copenhaga foram apresentados no 98º encontro anual da Sociedade Endócrina que teve lugar este mês em Boston, Estados Unidos.

O efeito destes químicos de uso comum poderá ter contribuído para a descida dos níveis de fertilidade que tem sido registada ao longo dos últimos 50 anos a nível mundial.

Alexandre Costa (Rede Expresso)

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