PS e PCP contra fecho da maternidade de Portimão

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Os socialistas e os comunistas estão contra o eventual fecho da maternidade do Hospital de Portimão e exigiram esta semana garantias de que aquela unidade vai continuar em funcionamento.

Esta nova polémica foi levantada depois de o diretor do Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) ter sugerido ao presidente daquele centro o “encerramento, transitório, da maternidade da unidade de Portimão no período das 21h00 às 9h00, com início no dia 5 de julho, e também no período das 9h00 às 21h00 nos dias 6, 10, 16, 17, 18, 24, 27 e 31, como consequência da presença de apenas um pediatra por cada período de 12 horas”.

Na iniciativa apresentada no parlamento pelos deputados socialistas, Miguel Freitas manifesta a sua preocupação com esta situação e também com as declarações do presidente do CHA, Pedro Nunes, que “apesar de ter considerado que a proposta não é exequível, assumiu, no entanto, que a unidade só tem mantido as portas abertas devido à boa vontade dos médicos de Portimão, que têm que trabalhar mais horas, e dos de Faro, que lá vão ajudar quando é necessário”.

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No entender do parlamentar socialista, “esta situação em nada isenta de responsabilidade o Ministério da Saúde na resolução definitiva do grave problema da falta de médicos na região – que a Ordem dos Médicos estima ser de mais de 200 clínicos”.

“No caso da maternidade do Hospital de Portimão, com apenas seis pediatras e oito obstetras, são realizados mais de mil partos por ano, servindo populações que, na hipótese do seu encerramento, transitório ou definitivo, distam a mais de 100 quilómetros da unidade de Faro”, sustenta Miguel Freitas.

Algarve não pode ficar reduzido a uma maternidade

O grupo parlamentar do PCP também perguntou esta semana ao Ministério da Saúde se tenciona encerrar a maternidade do Hospital de Portimão e qual a justificação para uma medida que consideram “tão claramente lesiva dos interesses das populações e que põe em causa um direito fundamental consagrado na constituição”.

“Tal como o PCP atempadamente alertou, o processo de fusão dos hospitais de Faro, Portimão e Lagos no CHA – inserido numa política de ataque ao Serviço Nacional de Saúde – conduziria à degradação dos serviços e ao encerramento de valências, particularmente nos hospitais de Portimão e Lagos, ao aumento dos tempos de espera e de deslocação assim como aos seus custos, a maiores dificuldades de acesso dos utentes a serviços de urgência, a consultas, tratamentos, internamentos e outros, e à doença e morte prematura de algarvios e daqueles que visitam a região”, referem os comunistas.

O PCP alerta ainda para a situação que se vive atualmente nas unidades de saúde públicas da região, “com o caos instalado, a gritante falta de profissionais e a falta de equipamentos e materiais indispensáveis a diagnósticos e tratamentos médicos, ao mesmo tempo que florescem as clínicas e hospitais privados na região, beneficiando de escandalosos apoios públicos”.

“Se o encerramento da maternidade do Hospital de Portimão fosse por diante, o Algarve ficaria reduzido a apenas uma maternidade para cerca de meio milhão de residentes e as populações dos concelhos de Aljezur, Vila do Bispo, Silves ou Monchique ficariam, em alguns casos, a quase duas horas de distância da maternidade mais próxima com os riscos e custos que tal opção comporta”, conclui o PCP.

JA

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