Texto socialista já estava escrito mas não avança. PSD apresenta proposta de resolução minimal
“A Assembleia da República resolve rejeitar o Programa de Estabilidade e Crescimento 2011/2014, apresentado pelo Governo à AR” – é este o único ponto que o PSD leva esta tarde a votos no debate sobre o PEC que pode fazer cair o Governo.
Ao contrário dos outros três partidos que avançaram com projetos de resolução, os social-democratas não apresentam propostas alternativas ao PEC 4; limitam-se a fazer um historial crítico do processo que culmina na votação desta tarde. Mas o ponto que vai a votos é o mais seco de todos.
O PS, por seu lado, hesitou até ao último minuto sobre a possibilidade de ainda apresentar uma resolução de apoio ao PEC. A direção da bancada esteve reunida cerca de duas horas e só em cima das 13h, hora-limite para a entrega dos projetos de resolução, um assessor do grupo parlamentar socialista informou que não haveria resolução. A intenção inicial de Francisco Assis era apresentar um texto, como no ano passado, mas Sócrates travou-o, com o argumento de que o PS não poderia dar qualquer pretexto para uma crise política. Assim, o texto de resolução de apoio ao PEC, que estava escrito, não vê a luz do dia.
À exceção da resolução do PSD, todas as outras têm dois pontos: um de rejeição do PEC (praticamente igual em todos os textos), o outro de apresentação de medidas, em que o PCP, o BE e o CDS apontam alternativas às políticas de Sócrates. Uma vez que a votação deverá ser alínea a alínea, em todas estas resoluções está garantida a aprovação do primeiro ponto – o chumbo ao PEC, que deverá levar à demissão do Governo.
Filipe Santos Costa (Rede Expresso)
