O Partido Socialista só não conhece a carta de intenções que o Governo há de enviar para o Fundo Monetário Internacional (FMI) porque não quis negociar as últimas avaliações com o Governo, junto da troika, afirmou o vice-primeiro-ministro em entrevista à Rádio Renascença.
“Se o Partido Socialista tivesse aceite até às últimas consequências o compromisso nacional que o Presidente da República pediu e que levou os partidos a sentarem-se à mesa, teria estado a negociar as últimas avaliações connosco junto da troika, saberia tudo o que se lá passava. Não querer estar dentro e depois queixar-se aparentemente de estar fora é que já não me parece justo”, disse Paulo Portas.
“Com toda a franqueza, o Partido Socialista chamou três vezes o FMI a Portugal, sabe quais são as regras estatutárias do FMI. Esta carta de intenções é dirigida ao FMI e tem que ser avaliada e analisada no tal procedimento técnico que vai até junho, até à última reunião do board do FMI. O FMI tem regras e, portanto, estão a criar um dúvida de boa-fé que é inaceitável tendo o país conseguido terminar o resgate e é permanentemente um espírito de quezília”, acrescentou.
Segundo o número 2 do Executivo, “na última avaliação só faria sentido existir uma carta de intenção e não qualquer outro memorando. A Irlanda teve exatamente o mesmo que nós e, portanto, a carta de intenções, que de resto não está ainda finalizada, reflete aquilo que as pessoas já conhecem: Documento de Estratégia Orçamental e compromissos atingidos na 12.ª avaliação”.
Tal como o Expresso noticiou ontem, neste momento “ainda está a ser discutido o wording final” da carta de intenções, que não incluirá qualquer referência à intenção do Executivo de baixar o IRS no ano que vem. Uma medida que, não estando garantida do lado português, é um objetivo que o Governo mantém em cima da mesa mas que merece a oposição do FMI.
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