O PSD de Castro Marim decidiu retirar a confiança política ao social-democrata, Francisco Amaral, atual presidente da edilidade castro-marinense.
Segundo o comunicado que fez chegar à comunicação social, o PSD justifica a decisão, com o facto do partido se sentir «defraudado nas legítimas expectativas criadas e traído na confiança depositada no decano dos presidentes de câmara portugueses, para continuar a construir um concelho mais rico e mais próspero» e pelo receio do partido «ser politicamente devorado» nas próximas eleições autárquicas.
O PSD de Castro Marim, acusa o militante Francisco Amaral de ter adotado, assim que tomou posse, «uma atitude de distanciamento e repulsa para com o PSD de Castro Marim, escusando-se a dialogar e a cooperar com o partido pelo qual se candidatou e que sempre o apoiou», responsabiliza-o pelo «saneamento político de destacados dirigentes do PSD local» e lembra a manobra feita com «a nomeação da presidente da Junta de Freguesia de Altura, em Novembro de 2015, eleita nas listas do Partido Socialista, para adjunta do seu gabinete, para garantir a maioria dos votos na Assembleia Municipal».
O comunicado recorda o facto de Francisco Amaral ter ignorado uma carta que lhe foi enviada por José Estevens, em fevereiro do ano passado, na qualidade de presidente da secção, em que o advertia para «a deriva para onde estava a conduzir a governação do concelho» e o alertava «para os avanços do Partido Socialista», que entretanto, afirma o comunicado, «tem vindo a conquistar terreno em virtude da inação e inoperância do atual executivo municipal».
Considera ainda o PSD de Castro Marim, «que o executivo liderado pelo presidente da câmara mandou literalmente às urtigas o programa eleitoral que os castromarineneses, maioritariamente, sufragaram nas urnas em 2013», pondo em causa «o projeto autárquico politicamente sério que vinha sendo realizado, alicerçado no crescimento económico e alavancado num conjunto de instrumentos do ordenamento do território, no desenvolvimento social e numa aposta clara de valorização dos patrimónios do concelho e na afirmação da marca Castro Marim».
Está assim, formalmente aberta uma guerra em torno da recandidatura de Francisco Amaral, entretanto já anunciada por ele próprio à comunicação social, com base numa diretriz partidária que prevê que todos os atuais presidentes de câmara do PSD sejam, de novo, candidatos em 2017.
Francisco Amaral considera, por seu turno, que está a ser alvo de uma perseguição «doentia» por parte do seu antecessor José Estevens, que «não se habituou à ideia que, por ter cumprido três mandatos consecutivos, já não é mais presidente da Câmara Municipal de Castro Marim».
Face ao extremar de posições e à decisão agora tomada pela estrutura local do PSD de retirar a confiança política a Francisco Amaral, o mais provável é que venham a surgir duas candidaturas às próximas autárquicas na área social-democrata, em Castro Marim, uma protagonizada pelo atual presidente e outra por José Estevens.
