Queijo de cabra artesanal da Foz de Odeleite

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Na queijaria da dona Lurdes Costa na Foz de Odeleite ensinou-se a fazer queijos, um workshop realizado no passado dia 19 de maio, integrado nos “Sabores & Saberes de Odeleite”, um conjunto de atividades que têm como intenção promover as artes, ofícios e sabores do interior algarvio. O workshop do “fabrico do queijo de cabra” foi organizado pela Junta de Freguesia de Odeleite, Associação Social da Freguesia de Odelei-te e pela Câmara Municipal de Castro Marim.
Lurdes Costa, a artesã de queijo de cabra algarvia mostrou como confecionar um queijo artesanal passo a passo e o Jornal do Algarve esteve na queijaria para transmitir aos leitores todos os segredos desta arte.

A artesã de queijos

Lurdes Costa tem raízes em Odeleite e foi morar com o seu esposo para a Foz de Odeleite, terra onde construiu a sua queijaria. Tem imensos animais e cria cabras algarvias (cerca de 200) usando o leite para fabricar os seus queijos. A ordenha é mecânica, mas por vezes tem de ser feita manualmente. O leite é coado após a ordenha, quando chega à queijaria é filtrado novamente e depois fervido a 100 graus. A artesã Lurdes produz queijos três vezes por semana, segunda, quarta e sexta, desde as 7 até às 13 horas, confecionando cerca de 300 queijos por dia. Na queijaria da Foz de Odeleite há queijos frescos, meio curados, pequenos, grandes, simples, com alho e orégãos. Toda a produção é artesanal, privilegiando os produtos naturais e a confeção é realizada tendo em conta os métodos antigos que passaram de geração em geração.

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Como fabricar os queijos de cabra

Numa panela com capacidade para 30 litros, aquecemos cerca de 15 litros de leite até este levantar fervura e a nata chegar quase ao topo da panela atingindo 100 graus. O Leite utilizado nesta queijaria é originário da cabra algarvia, algum é comprado e outro provém das cabras pertencentes à família de Lurdes. Num recipiente à parte dissolve-se o sal em leite frio, mexendo bem até este dissolver, côa-se e em seguida, adiciona-se a mistura à panela com o leite fervido. Junta-se também o leite frio pouco a pouco (cerca de 15 litros), mexendo até atingir 56 graus no verão (no inverno 60 graus). Devemos demolhar previamente a flor roxa do cardo de um dia para o outro, filtra-se e guarda-se o líquido escuro. Acrescenta-se ao leite fervido 3 colheres de sopa do líquido do cardo e mexe-se bem. Deixa-se repousar entre 30 a 40 minutos com a panela tapada. O leite fica coalhado e posteriormente, passa-se por uma bolsa coadora, que vai separar o “soro” (líquido amarelo) do “coalho” (leite coalhado). Depois de tudo escorrido, mas ainda com um pouco de “soro” para que o queijo não fique seco, podemos retirar uma mão-cheia de “coalho”, moldar, retirando o excesso de “soro” e colocar dentro da forma do queijo. Deixa-se arrefecer os queijos e mais tarde vão para o frigorífico para curar ou secar. Com 30 litros de leite de cabra algarvia fabricaram-se 38 queijos neste workshop. Os queijos pequenos demoram 10 dias a curar, enquanto que os queijos grandes demoram 30 dias. O soro dos queijos é aproveitado para dar aos porcos, não vai para o lixo, como dizia Lavoisier “nada se perde tudo se transforma”, assim se recicla de modo natural e sem dano para o ambiente. Para perceber melhor como se faz um queijo, veja o vídeo no site do Jornal do Algarve.


Carmo Costa

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