Rajoy pediu silêncio a Bárcenas sobre contabilidade paralela

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Várias mensagens entre Rajoy e Bárcenas, divulgadas este domingo pelo “El Mundo”, revelam contactos permanentes durante dois anos. PSOE exige a demissão imediata do primeiro-ministro.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, trocou várias SMS com o ex-tesoureiro do PP, Luís Bárcenas, pedindo-lhe para negar a existência de contabilidade paralela no partido, revela o “El Mundo.”

Segundo as mensagens divulgadas pelo jornal, Rajoy manteve contactos permanentes com Bárcenas durante pelo menos dois anos – entre maio de 2011 e março de 2013 – apelando ao silêncio do ex-tesoureiro.

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Em 2012, quando o escândalo de corrupção dominou a imprensa, o primeiro-ministro espanhol tentou logo acalmar Luís Bárcenas. “Luis, nada é fácil, mas fazemos o que podemos. Ânimo”, pode ler-se numa SMS enviada por Rajoy.

E já este ano, quando o “El Mundo” revelou as contas na Suíça do ex-tesoureiro do PP, Rajoy pediu para Bárcenas ser “forte” e “compreensivo.”

Entre telefonemas e SMS, há registo também de contactos com a mulher de Luís Bárcenas, Rosalía Iglesias.

O jornal refere que o ex-tesoureiro do PP estaria disposto a guardar segredo, mantendo-se se fiel a Mariano Rajoy, mas resolveu mudar de atitude, depois de na quinta-feira o partido ter-se referido a si como “um delinquente que fez da mentira o seu estilo de vida.”

PSOE exige demissão de Rajoy

Luís Bárcenas já tinha ameaçado Rajoy esta semana, garantindo estar disposto a contar toda a verdade ao juiz, caso não saísse da prisão.

Entretanto, o secretário-geral do PSOE, Alfredo Pérez Rubalcaba, anunciou ontem uma rutura com o PP e exigiu a demissão imediata do primeiro-ministro, após uma reunião de urgência com os membros da direção socialista

Segundo Rubalcaba, os últimos desenvolvimentos do caso Bárcenas são de “extrema gravidade”, sendo que Mariano Rajoy nega-se a dar explicações e limita-se a dizer “mentiras.”

O líder da oposição espanhola já tinha admitido no sábado tomar todas as medidas necessárias, incluindo uma moção de censura ao Governo, caso a crise económica ou política se agravasse.

Liliana Coelho (Rede Expresso)
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