Reduzir procura de água na região entre os objetivos da ZERO

Gerido em Portugal pela Fundação Calouste Gulbenkian, em consórcio com a Fundação Bissaya Barreto, o projeto tem a ZERO como entidade promotora e como parceira a Almargem – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve

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Reduzir a procura de água, assegurar as necessidades de segurança hídrica através da gestão da área irrigada e criar ferramentas informáticas que permitam o acesso da cidadania à informação são objetivos do projeto MEDwater, apresentado esta quinta-feira pela associação ZERO.

O projeto é financiado através de um programa financiado pela Islândia, Lichetenstein e Noruega, denominado Fundo Cidadãos Ativos e que tem por objetivo central fortalecer a sociedade civil, reforçar a cidadania ativa e empoderar os grupos vulneráveis, através de, por exemplo, a capacitação de Organizações Não Governamentais, contextualizou Sara Correia, da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, no ‘webinar’ em que fez a apresentação do MEDater.

Gerido em Portugal pela Fundação Calouste Gulbenkian, em consórcio com a Fundação Bissaya Barreto, o projeto tem a ZERO como entidade promotora e como parceira a Almargem – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve, precisou a mesma fonte, justificando a escolha da associação algarvia com o facto de o projeto se centrar no Algarve e no Alentejo e esta ter “experiência na região e conhecimento do terreno”.

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Sara Correria anunciou que o MEDwater “tem três objetivos principais” e o primeiro passa por “garantir que a implementação de planos e programas associados à gestão dos recursos hídricos, no âmbito territorial do Algarve e do Alentejo” consigam “incentivar uma redução da procura de água”.

A mesma fonte argumentou que as medidas adotadas no que se refere ao consumo “vão muito no sentido de garantir a oferta de água e de recursos hídricos para a procura que existe”, que se tem revelado “crescente” e está “a exercer uma pressão cada vez maior sobre os recursos hídricos”, sobretudo na agricultura, que classificou como “o grande consumidor de recursos hídricos a nível nacional”.

“No segundo objetivo, iremos procurar assegurar que a gestão da área irrigada no sul do país garante as necessidades de segurança hídrica, em particular para que não fique em causa o abastecimento público, que é considerado prioritário, ou seja, a prioridade das prioridades”, elencou.

Sara Correia disse ainda que o terceiro objetivo visa a “criação de ferramentas informáticas” e de “sensibilização” que “facilitem a partilha de informação e a capacitação” de “cidadãos e pequenos movimentos de cidadãos” das duas regiões, de forma a “agilizar e facilitar a sua participação cívica e o acolhimento da sua participação por parte das entidades a quem se dirigem”.

O MEDwater terá também como atividades a promoção de um “mapeamento de áreas críticas e áreas de conflito, que existem em algumas regiões devido à proximidade entre os aglomerados populacionais e áreas onde já existe alguma agricultura em regime intensivo e os conflitos vão acontecendo”, referiu Sara Correia.

A representante da ZERO adiantou que o projeto irá “procurar mapear essas áreas e identificar os principais impactos socioambientais associados”, assim como “solicitar junto das autoridades públicas e com competência em matéria de recursos hídricos informação sobre a gestão desses territórios”, dando como exemplo os “concessionários de aproveitamentos hidroagrícolas”.

O projeto pretende, acrescentou, “promover reuniões periódicas com decisores políticos, associações locais e outros atores relevantes” para “consciencializá-los sobre a necessidade de implementação de medidas que visem um uso mais eficiente dos recursos hídricos”.

Irão ainda ser “emitidas posições públicas conjuntas entre a Zero e a Almargem relativas aos problemas que venham a ser identificados” e às “possíveis soluções para esses problemas”, num trabalho que será feito em “reuniões com esses movimentos de cidadãos a nível local” e “representantes das comunidades locais” para “identificar as limitações que sentem e os constrangimentos com que se deparam no âmbito da sua participação cívica”, referiu ainda.

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