Editorial | FERNANDO REIS

Mais do que uma homenagem



A homenagem que, em boa hora, a Câmara Municipal de Albufeira, na pessoa do seu presidente, decidiu fazer à imprensa regional algarvia, distinguindo os diferentes órgãos regionais e os respectivos directores foi feliz e chegou no momento certo.

Decidiu bem o sr. presidente Desidério Silva ao deixar a realização do evento para depois das eleições autárquicas, uma vez que não seria difícil encontrar quem visse na iniciativa uma forma de tirar vantagens eleitorais. E decidiu, igualmente bem, em fazê-lo agora, num momento em que o país atravessa uma grave crise económica, com consequências óbvias, ao nível da imprensa regional.

Nos momentos difíceis, para além dos aspectos financeiros, é reconfortante e motivadora sabermos que podemos contar com o apoio do poder local. Não de uma forma paternalista, nem subserviente, mas com a clara noção da independência que deve presidir ao nosso relacionamento e com a ideia de que, cada um à sua maneira, tem o dever de contribuir para o progresso de cada concelho e do Algarve no seu todo.

Com todas as dificuldades com que se debate actualmente o peder local, particularmente as de natureza financeira, são ainda os municípios os principais baluartes da imprensa regional. Sem o seu apoio – não é preciso ter medo de o dizer – já não existia imprensa regional, porque infelizmente o tecido empresarial da região, salvo algumas honrosas excepções está tão doente como o país e sempre revelou pouca apetência para investir na comunicação social regional.

O Jornal do Algarve, que por vocação editorial sempre foi um jornal de causas, que pugnou pelo desenvolvimento regional, sente-se particularmente grato pela homenagem da Câmara Municipal de Albufeira, pelo que esta medida simboliza no contexto de uma Região que anseia pela regionalização.

Não há melhor exemplo das diferenças de perspectiva em torno do papel da imprensa regional, do que a forma como ela é encarada pelos municípios, por um lado e pelo poder central, por outro.

Enquanto o governo corta nos apoios à comunicação social, desde a redução do porte pago e dos subsídios de modernização até ao fim da obrigatoriedade de um significativo volume de publicidade, numa política que asfixia e compromete o nosso futuro, os municípios, conscientes da importãncia da informação de proximidade, vão-se esforçando e, à semelhança do que acontece em muitas outras áreas, particularmente no domínio social, fazendo aquilo que compete ao Estado.

Bem haja Albufeira!


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