Reformados que auferem 1500 euros perderam pensão e meia com a austeridade

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Um reformado com uma pensão de 1500 euros brutos mensais vai receber, este ano, menos 1683,5 euros anuais face ao valor que auferia em 2011. Contas feitas, perde praticamente uma pensão e meia: os 1279 euros mensais líquidos de 2011 transformaram-se, ao quarto ano de austeridade, em 1159 euros. A redução é de 9,4%.

No fundo, são menos 120 euros por mês que, no somatório de um ano (as contas são feitas a 14 meses, com a reposição dos subsídios), implicam a perda anual dos cerca de 1680 euros. É quase uma pensão e meia líquida a menos.

Por outro lado, a perda acumulada entre 2011 e 2014 traduz-se em menos 4049 euros na conta bancária. O pior ano foi 2012, quando os subsídios de Natal e de férias ficaram suspensos e não foram repostos (nos gráficos aplicámos à mesma a divisão da remuneração líquida anual por 14 meses, para poder ser comparável com os restantes anos). Porém, o maior desafogo em 2013 não se mantém este ano.

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O aumento da contribuição para a ADSE (sistema de saúde dos funcionários públicos), que a partir desta terça-feira se passa a situar nos 3,5%, veio comer uma fatia às pensões dos reformados do Estado, a que se soma a nova Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) para pensões acima dos 1.000 euros brutos .

Os cálculos da Deloitte para o Expresso incluem o aumento da carga fiscal. E, no caso dos funcionários públicos, estas simulações contemplam também os cortes salariais.

Em janeiro deste ano foram agravadas as reduções nas remunerações que estavam em vigor desde 2011 (funcionários públicos que ganham entre 675 euros e 2000 euros brutos passaram a ter mais um corte, que começa nos 2,5% e chega aos 12%).

Um trabalhador do Estado com 1500 euros de salário bruto perdeu 133 euros por mês em 2014 face a 2011. Em termos líquidos, passou de 1.075 euros para 942. Ao fim do ano, a perda é de 1858 euros, o mesmo que ficar sem dois vencimentos líquidos.

Há algumas pessoas que não são afetadas o ano inteiro. Só a partir desta terça-feira é que os pensionistas do Estado passam a ter de pagar a nova CES (isto porque não avançou a convergência entre os sistemas de pensões privado e público). A nova CES passa a visar pensões superiores os 1000 euros brutos, quando até agora o patamar estava fixado nos 1350 euros.

RE

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