Regresso de Portugal aos mercados sem sobressaltos

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A saída de Portugal do programa de ajustamento da troika, em maio, e o regresso aos mercados deverá acontecer sem sobressaltos, considera Julien Marcilly, economista do grupo francês Coface. Mas, adianta, há dois riscos que têm de ser monitorizados: a liquidez global e o risco político de novos problemas na coligação governamental PSD/CDS.

Recusando pronunciar-se sobre a modalidade que faria mais sentido – um programa cautelar ou uma ‘saída limpa’ à irlandesa – o economista destaca o que considera serem notícias positivas para Portugal, como os ganhos de competitividade que registou, o aumento da procura a nível mundial e o facto de a economia portuguesa se ter transformado e estar mais orientada para o exterior. E identifica os maiores problemas para o país: a procura interna, o acesso a financiamento e o desemprego, que se manterá elevado por muito tempo.

Apesar de considerar que o risco em Portugal parou de se deteriorar, a Coface não alterou a sua apreciação sobre o país, nem prevê fazê-lo, mantendo por isso, em termos de risco-país, o terceiro nível mais baixo da sua escala de avaliação, que é composta por sete níveis.

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“Para alterarmos a nossa avaliação, temos de ver mais sinais de recuperação da procura doméstica, apesar das melhorias na frente externa”, afirma. Quanto à avaliação do ambiente de negócios, Portugal aparece melhor classificado, com o segundo melhor nível em sete.

Quanto ao programa de austeridade aplicado a Portugal e os seus resultados, o economista considera que as reformas estruturais são visíveis mas talvez o ritmo a que foram aplicadas tenha sido excessivamente alto.
Zona euro com melhores perspetivas

“Estamos um pouco mais positivos em relação à zona euro do que há alguns meses”, refere, por outro lado, Julien Marcilly.

Recordando que em 2013 os países da zona euro como um todo tiveram uma recessão profunda, o economista afirma que este ano será de crescimento, embora baixo, mas haverá diferenças fortes entre os países da região, com a Alemanha a destacar-se pela positiva, por um lado, e outros países a levantar reservas, incluindo a França.

RE

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