Reitores a uma só voz

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Reitores em campanha contra os cortes para “evitar a desintegração” das universidades públicas. Dia 16 prometem voltar à carga.

A confirmar-se o corte de 9,4% nas dotações para as universidades públicas inscrito na proposta do Orçamento do Estado, estas receberão no próximo ano menos 56 milhões de euros, agravando a redução em 144 milhões de euros registada entre 2005 e 2012.

As contas são dos reitores que a esta hora leem perante as suas academias o documento intitulado “Portugal e as Universidades” onde reiteram que tal corte “terá efeitos imprevisíveis e irreversíveis em todo o sistema universitário, inviabilizando o desenvolvimento de atividades essenciais para o seu funcionamento”.

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Para os reitores, “as universidades públicas portuguesas são uma esperança maior e o mais promissor motor da mudança que Portugal necessita de consolidar para sair da crise. Sem elas, o futuro do país será muito mais sombrio e a soberania nacional, alimentada pela afirmação do conhecimento, ficará diminuída.”

No documento, os responsáveis máximos pelas 16 universidades públicas portuguesas vão mais longe e detalham, os efeitos dos cortes nos domínios da educação, investigação, inovação e internacionalização.

O que perderá Portugal

No concerne à educação, garantem os reitores que tais cortes afetarão “o desempenho dos cursos, pois não haverá recursos humanos e materiais que permitam suportar o funcionamento das Escolas, das Faculdades e dos Institutos com consequências na diminuição da qualificação dos portugueses e da sua atualização ao longo da vida”.

No domínio da investigação científica, preveem o desperdício da “capacidade e das condições institucionais, humanas, materiais e logísticas que permitem impulsionar e estruturar novos projetos com sucesso”.

Asseguram ainda que serão afetados os processos de inovação, na medida em que fique comprometida a “interação com o tecido empresarial e com a malha social, reduzindo de forma adversa a capacidade que as universidades ganharam nos últimos anos neste domínio, bem como a sua contribuição para o desenvolvimento do país”.

Comprometida, dizem os reitores, ficará ainda a estratégia de internacionalização já que será cortada a “dinâmica de atração de estudantes estrangeiros e de participação em consórcios e projetos internacionais que tem sido a marca diferenciadora da atividade das universidades nos últimos anos”.

Para “evitar a desintegração do sistema universitário português”, a próxima sexta-feira, dia 16, os reitores, acompanhados por outros dirigentes académicos de todas as universidades públicas portuguesas, reúnem-se na Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra para fazerem uma comunicação solene ao país.

Carlos Abreu (Rede Expresso)

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