Remate certeiro: Ajudem-me a acreditar

Ajudem-me a acreditar, para saber, em quem devo acreditar

“Sei já, já foi tudo há tanto tempo. Ainda havia comboios que deitavam fumo, e quando o vento soprava a meu favor, eu ouvia o matracar das rodas sobre os carris… Depois, acordei, só a memória existia.”


Creio que foi assim que fechei o meu Remate Certeiro, da semana anterior, antes de deixar alguns, ainda que curtos, avisos sobre a pandemia, com o tal recado Está nas nossas mãos.


Mas quando olhamos para um país, com pessoas dentro e tão maltratadas, tudo nos comove e as lembranças multiplicam-se, logo hoje, dia 1 de Novembro, em que o momento é de oração pela saudade, pelos pobres e pelos doentes. E oremos de pena, pelo facto da India, China, Rússia e Brasil, terem feito um grande manguito à cimeira do clima, que está a decorrer em Glasgow, na Escócia.


Ficaram nos seus países a beber Filter Kaapi, na India, Baijiu, na China, Vodka, na Rússia e Caipirinha, no Brasil, ao mesmo tempo que fumavam charutos, do tamanho das chaminés que vão poluindo a humanidade.

A multidão protesta nas ruas, enquanto India, Rússia, China e Brasil, os maiores poluidores mundiais ficaram em casa


Esta ausência é mais um tremendo derrame no coração da nossa existência, de quatros dos países mais poluidores do mundo. E o pior é que até têm direito ao veto.


Claro que não devemos desistir, mas também sentimos uma tremenda desilusão, pela forma como estamos a tratar o planeta, e cada vez mais, são aqueles que acreditam nas frases feitas, como por exemplo, que a poluição não mete férias, que vão faltando ao futuro.


Aqui aparecemos no grande debate de hoje com a proibição dos sacos de plástico, dos talheres e pratos, etc.., mas é só – se calhar ouvi mal – até Novembro de 2022. Não sei se ainda estarei cá, mas quando ouvi a notícia, fiquei atarantado por não perceber, se existe algum prémio para quem se livrar o mais rápido possível dos plásticos, como aquele que nos foi agora oferecido, e a operação é fácil, para os descontos nos combustíveis.


A minha tia Anacleta, que tem a mania que eu sei tudo, já me telefonou, a perguntar como é que era, e eu disse-lhe para ir à Junta de Freguesia.
Poucas mais são as novidades pelo solo pátrio, mas que merecem a nossa atenção, no intervalo de cada desânimo.


Portanto, por aqui quase tudo como dantes ou talvez não seja bem assim. Aliás, mudou a hora e a EDP esfrega as mãos de contente, porque com tanta escuridão, e o preço da luz a andar pelas ruas da amargura, lá teremos que andar armados em morcegos e à cabeçada com as traves-mestras da casa…


Mas aconteceram outros abanões. Por exemplo, segundo o Expresso, da semana passada, João Rendeiro “usa quadros falsos para enganar a justiça”. Afinal não perdeu o hábito. Entretanto, a esposa do banqueiro, ficou tão admirada com o perdão fiscal, que desatou a chorar.


Eu faria o mesmo se tivesse um perdão fiscal, o que não é fácil, pois nem sei onde fica o confessionário que a senhora costuma visitar e inclusive o confessando.


Nesta altura começam a surgir algumas tempestades, e elas são o foco dos especialistas. E que especialistas, entre eles o Senhor Loução, que cada vez que palpita, lá vai a loiça toda. Especialistas que colocam cada vez mais Pedro Nuno Santos, à conversa com Catarina Martins. Isto é, ainda não existe defunto e já estão na leitura do testamento. Creio que por essa altura, já António Costa, deu conta, que vai para as eleições sem medo… Eu acredito.


As coisas com o Presidente Marcelo também têm estado um bocado cobertas da tal estranha neblina, pois muito antes de se saber que vamos ou não para eleições, já as antecipou no caso do Orçamento ser chumbado, o que veio a acontecer. Por outro lado, receber em hora tão difícil para o País, o Dr. Paulo Rangel, como se de uma tertúlia se tratasse, não foi bem para a pureza da sua agenda, e colocou metade do PSD a lavar no Rio.


O CDS regressou agora a todos os canais, até ao Canal Panda, com a ressurreição do partido. Gente que já não se sabia nada dela, aí está de novo, respondendo ao chamado apelo da consciência.


O Dr. Melo, sonha ser ministrável, e tal como o Dr. Paulo Rangel, meteram férias sem vencimento do Parlamento Europeu, para os primeiros contactos com a realidade. Outra vez, a velha máxima, mas que pela má qualidade das molas do dossier, a página está sempre a cair da pasta de arquivo: EM POLÍTICA NÃO VALE TUDO…


Mas chegados aqui é legítimos que discordemos do que se vão passando, na terrível guerra, não pela salvação do País, mas pelo poleiro. Pelos lugares. Todavia, cabe-nos exigir responsabilidades, pois o interesse nacional tem que estar acima de quaisquer outras e os deputados, têm que assumir as suas responsabilidades e os seus compromissos.


O Deputado que representa os verdes, sempre com uma cara de que todos lhe devem e ninguém lhe paga, votou contra, estava no seu direito e isso tem a ver com a liberdade democrática mas depois, após a conversa que teve com Marcelo Rebelo de Sousa, então falando aos jornalistas, dava o dito por não dito…


Gosto da coerência de Jerónimo de Sousa, mas em tudo na vida, vão sobrevivendo as qualidades e as capacidades para a condução de um partido que já passou a fasquia dos cem anos. Mais que a doutrina, é preciso encarar os tempos, porque tantos anos depois, e com os milhões de pobres que tempos, são mais as vozes do que as nozes.

Cemitério Militar francês de Roma


Estava eu nesta lengalenga, quando dei comigo, lá andava outra vez no elevador, mas desta vez mal-acompanhado, não com o tal palmo de cara e corpo torneado, como me aconteceu na semana passada.


Desta vez, levei boleia, ele entrou primeiro, de um inquilino que vinha bem enxaropa, mas fiquei mais ou menos aliviado quando o elevador parou no oitavo andar, porque o cheiro com origem num estranho e desconhecido cocktail, parecia o escape da mota do poço da morte…


Quando o elevador parou sai da frente da porta para facilitar e apressar a saída do meu colega de viagem. Aliás, até me curvei à sua passagem. Mas ele, deu dois passos em frente, e um para trás, aquilo estava complicado e ficou outra vez dentro da cabine.


Que não. Que não saia ainda, porque queria ler toda a informação que estava afixada no elevador.


O peso que podia transportar, proibido fumar, o uso obrigatório de máscara, a data da última e da próxima inspeção, o número de pessoas, o número de urgência em caso de avaria. E a porta continuava aberta, pois eu próprio tinha nela colocado o pé para impedir que a mesma se fechasse.


Feita a leitura, qual não é o meu espanto, quando vejo o meu colega passageiro a tentar empurrar a parede contrária à porta.


Fiz-lhe sinal que não. Que aquilo era a parede. E que a última pessoa que tive conhecimento que tinha atravessa uma parede, foi o meu amigo Professor Herrero e o Chico Navalhas, que há mais ou menos dois meses, perdeu os travões do camião e entrou pelo muro e pela casa do Viriato Afonso, perto de Marmelete.


Voltei a insistir:

Senhor – ele interrompeu


– Senhor não. Eu sou o Acácio.

Ok senhor Acácio, por favor, a porta está a aberta. É por aqui que o senhor tem que sair.


E o senhor Acácio lá foi. Ainda ouvi tentar enfiar a chave na fechadura e rezei para que não se tivesse enganado na porta. Sim, eu costumo rezar, sempre ao deitar. O Torga diz que podemos fazê-lo ao deitar ou ao levantar…


Já agora ajudem-me a acreditar, para saber, em quem devo acreditar.


Segundo a imprensa, atletas ucranianos, sabiam antecipadamente o dia em que iam ser feitos o controlo antidoping.


O Chefe das finanças de Anadia, meteu ao bolso uns tostões. Também não sei como. Nos anos em que fui funcionário de finanças, o meu chefe era o senhor Álvaro Augusto Mareco, um homem muito sério. Aliás, nesse distante ano de 1969, os chefes das finanças não lidavam com dinheiro.


Finalmente, o IPO precisa de 347 profissionais para funcionar e que 44 mil vacinados, voltaram a ser tocados pela enfermidade.
Repito: Está nas nossas mãos.

Neto Gomes

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