Remate certeiro: Hugo Nunes eleito Presidente da Assembleia Municipal de Loulé

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Hugo Nunes é o novo presidente da Assembleia Municipal de Loulé, após eleição entre os seus membros, que teve lugar muito recentemente, devido ao pedido de demissão de Adriano Pimpão, por motivos que são conhecidos da opinião pública, e que o executivo de Vítor Aleixo, contestou, mas não deixou de pedir à justiça, que fizesse luz sobre as dúvidas apresentadas por alguns munícipes, e que em nome da «honra» levaram Adriano Pimpão a apresentar a sua demissão.


Neste carrossel da política, onde de vez em quando se joga à roleta russa, porque muitas vezes algumas pessoas julgam que é preciso gritar para que sejam ouvidas, e outras ainda, que defendem que não há nada melhor que o passado recente por razões curriculares e de experiência, como se depois do antes, todo o mundo parasse.


A verdade, é que ao grito, rei morto, rei posto, ou seja, a AM elegeu Hugo Nunes, que em termos de experiência e de currículo político e humano, não põe em causa o futuro, nem a grandeza, a história e as grandes tradições da Assembleia Municipal, cuja bandeira maior, em nossa opinião, continua a ser Luís Filipe Madeira. Mas agora com a eleição de Hugo Nunes, outro galo cantará.

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Muitas vezes entende-se a experiência e o curriculum como o único factor de razão para andarmos direitinhos na vida e o resto, são sopas depois do almoço. Até forjamos cursos, copiamos teses, arranjarmos escolas à brava, universidades e institutos, que quase vendem canudos. Nós não corremos esses riscos, e de tal forma, que quando nos perguntam se somos «DA-TOR», dizemos que nascemos de Vila Real de Santo António e moramos em Loulé…


Faz muitos anos, era eu secretário técnico do Portimonense, fui proposto pela Direcção presidida por Manuel João, para representar o clube, num congresso sobre futebol.


Em certa altura, subiu ao palco maior da discussão e do saber, a enorme figura do saudoso Fernando Vaz. Claro, que na altura, em que andamos à cabeçada com as novas tecnologias e agarrados às notícias, para ouvirmos os disparates diários dos senhores Tramp e Bolsonaro, sobretudo os mais jovens, as novas gerações pouco ou nada sabem, sobre quem foi Fernando.


Em linhas muito gerais gerais era um conceituado treinador de futebol, um casapiano, (o que para a época era um estatuto), um homem de enormes valores humanos, culturais e um extraordinário jornalista.


Nesse dia distante, o senhor Fernando Vaz falou, falou, e em certa altura de cima da minha irreverência, após o orador citar por várias vezes os meus vinte anos de experiência, rasguei o silêncio cúmplice da sala e perguntei: – Senhor Fernando Vaz, o senhor para defender a sua tese evoca o seu curriculum e os seus vinte anos de experiência, por isso permita-me que lhe pergunte. QUEM É QUE ME DIZ, QUE HÁ VINTE ANOS QUE NÃO FAZENDO MAL?


A minha intervenção caiu que nem um bomba, mas mantive a fidelidade da minha pressão, sobre um congresso, que parecia calcinado nos velhos apelos de dedo no ar.


Hugo Nunes responde às exigência do prestígio e da responsabilidade do concelho de Loulé nem vamos colocar de fora amizade que nos une, porque, antes dela nascer e fortalecer, conheci Hugo Nunes com os seus dezasseis anos, e em certa ocasião, na sede de campanha do PS, que era na «casa do Paulino» na José da Costa Mealha, integrando a juventude socialista em Loulé, não se escondeu, em plena campanha eleitoral, que levaria Joaquim Vairinhos ao poder, de enfrentar os todos poderosos socialistas louletanos, os tais que todos os dias se sentavam ao colo da experiência e da chamada veterania, mas que Hugo confrontou de tal modo que virou uma página. E os jovens socialistas, já não colavam só cartazes, já discutiam, já afirmavam a sua própria agenda.


Era o tempo, em que antes de romper da madrugada, e aos gritos do Major Anjos. – de seus ranhosos vamos lá trabalhar que temos que ganhar as eleições – lá saiam escadas os ombros o Carlos Costa, o Albano Torres e tantos outros para pendurar faixas e cartazes, em noites que seriam todas longas, com os jovens socialistas, naquele tempo em troca de nada, na cabeça do pelotão. Foi neste ambiente que conheci o Hugo Nunes, gente formada na incubadora do PS, sem saltitar daqui para ali, para apoiar este ou aquele, que nada tinha a ver com o partido. Era o tempo em que a vida partidária e a política, não era uma competição, antes a permanente discussão, para a resolução dos problemas dos concelhos, da região e do país.


Desde esses dias distantes, nunca mais o perdi de vista e foi meu camarada de bancada, numa época, em que fui o líder da bancada do PS, em Loulé.


Muita água, mais ou menos poluída correu sob as pontes e de perto, fui acompanhando a sua carreira construída na honestidade, na pluralidade, na transparência e no saber escutar e dizer.


Defensor acérrimo dos valores da democracia, Hugo Nunes, que já foi vice-presidente da CM de Loulé, depois de ter passado pela Assembleia da República, é um homem de pontes e de consensos, para quem fazer parte da Assembleia Municipal, seja em que função for, é chamar pelos galões daqueles que colocam o seu voto na urna, logo das gentes do município louletano.


Portanto, não é por morrer uma andorinha que acaba a primavera, antes, ela servirá para o despertar das consciências, das lembranças constantes que os homens não são ilhas, nem donos disto tudo, antes o espirito e o pensamento global de uma cidadania cada vez mais de rastos, por julgarmos que somos apenas peões de brega e constantes peões de briga, como se fosse a briga que nos desse palco.


Hugo Nunes pode ser a primavera que nos faltava florida e renovada, com saber e qualidade humana, num tempo onde a vida nos mostra cada vez mais, como exemplos motores, que na sociedade todos temos os mesmo valores, e os esperma não se mede aos palmos, para explicarmos que todos somos iguais, e mesmo agora, que existem tantas e tão avançadas tecnologias, que até nos conseguem trair, como aconteceu no outro dia quando jantava num restaurante iluminado à luz das velas, quando estas acabaram, o patrão, teve que ir ao armazém onde depositava velharias, e aí recuperar um velho petromax com camisa e tudo. Não me digam que não sabiam que os petromaxes funcionavam com camisa!

Afinal, quem é Hugo Nunes…


Hugo Miguel Guerreiro Nunes nasceu a 12 de junho de 1973, em Loulé. 


É licenciado em Economia pela Universidade do Algarve, Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais, frequentou o MBA em Finanças Empresariais na mesma Faculdade, entre 2012 e 2013 concluiu o Programa PADIS – Programa de Alta Direção de Instituições de Saúde – na AESE, Escola de Direção e Negócios, e em 2015 concluiu o Programa de Capacitação Avançada de Lideres na NOVA – School of Business and Economics – Capacitar.


Iniciou a sua carreira profissional na Delegação Regional do Algarve da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE Algarve), onde, entre 1996 e 1999, foi diretor de serviços e diretor executivo, nesse período colaborou também com a Escola Profissional Agostinho Roseta, onde foi Professor de Economia e Cálculo Financeiro. 


Entre 1999 e 2002 foi Vereador da Câmara Municipal de Loulé, responsável pelos pelouros:  Aprovisionamento e Património, Modernização Administrativa e Informática, Gestão Financeira, Atividades Económicas, Contraordenações e Juventude. Foi Membro do Conselho de Administração da Agência de Desenvolvimento Regional do Algarve (Globalgarve, SA) e do Business Inovation Centre Algarve-Huelva (BIC Algarve-Huelva), em representação da Câmara Municipal de Loulé.


De 2002 a 2005 foi Formador, Mediador e Consultor no Sector da Formação Profissional, colaborando com o IEFP e com várias entidades privadas.


Em Outubro de 2005 iniciou funções como Deputado à Assembleia da República na X Legislatura, cargo que exerceu até Outubro de 2009, tendo sido membro efetivo das Comissões Parlamentares Permanentes de: Orçamento e Finanças, e de Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Nesse período foi também membro de: Comissão de Inquérito sobre a situação que levou à nacionalização do BPN e a Supervisão Bancária Inerente; Comissão de Inquérito Parlamentar ao Exercício da Supervisão dos Sistemas Bancário, Segurador e de Mercado de Capitais; e, da Subcomissão Parlamentar de Segurança Rodoviária, Coordenador do Grupo de Trabalho na Assembleia da República para o processo legislativo de revisão do Decreto 73/73, e integrou os Grupos Parlamentares de Amizade Portugal-Tunísia e Portugal-Cabo Verde.


Em 2009 iniciou funções como Técnico Superior no Hospital Central de Faro, no Serviço de Aprovisionamento, na área de Logística. 


Em Janeiro de 2010 foi nomeado Vogal do Conselho de Administração do Hospital de Faro, EPE, cargo que exerceu até Dezembro de 2011 altura em que regressou às funções de Técnico Superior no Hospital de Faro, EPE até Outubro de 2013.


Em Outubro de 2013 foi eleito Vereador da Câmara Municipal de Loulé, tendo sido designado Vice-Presidente, função que desempenhou em regime de permanência, até Agosto de 2017, com responsabilidade pelos Pelouros: Finanças, Aprovisionamento e Património; Tecnologias e Administração de Sistemas; Economia Local e Emprego; Desporto; Eventos; Proteção Civil e Vigilância; Sector Empresarial Local e Saúde.


No mesmo período, 2013 a 2017, foi representante do Município de Loulé no Conselho de Administração da Associação de Municípios Loulé /Faro, na Direção da Algarve STP e no Conselho Consultivo do Centro Hospitalar do Algarve.


Em Agosto de 2017 foi nomeado para o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, desempenhando, desde Setembro de 2017 até à data, as funções de Vogal do Conselho de Administração com responsabilidades nas áreas: Produção, Serviços Financeiros, Serviços Informáticos, Serviço de Gestão Documental, Logística.
Membro da Assembleia Municipal de Loulé de: 1998 a 1999, de 2002 a 2005; de 2009 a 2013; e de 2017 até à data.


Foi membro da Assembleia Intermunicipal do Algarve entre 2009 e 2013.


Em Janeiro de 2019 foi eleito Presidente da Comissão Especializada em Ordenamento do Território da Assembleia Municipal de Loulé, e em Julho de 2020 foi eleito Presidente da Assembleia Municipal de Loulé.»

Apenas duas notas à margem deste Remate Certeiro. A primeira para dar conta, que na próxima semana, vou procurar deixar passar por aqui um forte abraço ao saudoso Valdemar Custódio, então adjunto do amigo Manuel José, e com quem trabalhei, quando exerci as funções de secretário técnico do Portimonense. E a segunda, para deixar um forte abraço aos nadadores salvadores, que neste tempo de pandemia, andam como nós, um bocado xaringados…

Neto Gomes

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