Remoção da barreira fluvial do açude de Galaxes começa na próxima semana

A remoção irá libertar cerca de oito quilómetros do curso da ribeira de Odeleite, na bacia do rio Guadiana

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A Associação Natureza Portugal (ANP|WWF) vai iniciar, no dia 25 de julho, às 11:30, a primeira remoção de uma barreira fluvial obsoleta levada a cabo por uma entidade civil no açude de Galaxes, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim.

O derrube de uma barreira fluvial obsoleta por um movimento da sociedade civil é uma ação pioneira em Portugal e está a ser realizado em parceria com a Câmara Municipal de Alcoutim e com o apoio do programa europeu Open Rivers Programme, uma organização que atribui fundos dedicados ao restauro de rios.

Esta remoção, que irá libertar cerca de oito quilómetros do curso da ribeira de Odeleite, na bacia do rio Guadiana, será feita ao longo de 10 dias com recurso a uma máquina giratória (escavadora) com martelo hidráulico.

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Após a demolição do açude, serão levadas a cabo todas as operações de remoção, limpeza e transporte dos resíduos para um aterro licenciado. Depois de terminadas estas operações, terá início o processo de restauro fluvial, nomeadamente a renaturalização das margens do rio através da plantação de flora autóctone. 

Amanhã, dia 19 de julho, uma equipa de investigadores do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa irá realizar uma amostragem de peixes, invertebrados aquáticos e diatomáceas. Este trabalho será realizado antes e depois da remoção da barreira, de forma a avaliar os potenciais efeitos da mesma sobre a biodiversidade fluvial. 

Tal como anunciado em maio deste ano, a ANP|WWF identificou este açude para ser removido com o objetivo de melhorar as condições de habitat de diversas espécies de peixes ameaçadas de extinção, com destaque para o saramugo – a espécie de peixe não migratório mais ameaçada nas águas doces portuguesas, endémica à bacia do rio Guadiana – e para a enguia, que fazia parte da biodiversidade da ribeira e ainda é usada na gastronomia local.

Esta remoção será, assim, de acordo com a ANP, essencial para restaurar a conectividade fluvial de 7,7 km de rio e para impulsionar a conservação das populações de peixes e de várias espécies de aves ribeirinhas e mamíferos.

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