Rentabilidade da dívida portuguesa ultrapassa irlandesa e espanhola

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O retorno nas últimas 52 semanas das Obrigações do Tesouro (OT) subiu ontem para 12,46%, com base no índice da Bloomberg para a dívida obrigacionista.

Deste modo, as OT colocaram-se em segundo lugar no “clube” da rentabilidade anual da dívida obrigacionista dos periféricos da zona euro. Em primeiro lugar mantêm-se, muito destacadas as obrigações gregas com uma rentabilidade anual de 47,89%.

Desde 31 de dezembro de 2013, a rentabilidade anual das OT subiu de 9,62% para 12,46%. A posição portuguesa subiu da quarta posição para a segunda. A Irlanda trocou de posição com Portugal – desceu do segundo lugar para o quarto.

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A posição grega – das obrigações gregas reestruturadas em abril de 2012 – mantém-se imbatível. A rentabilidade desde o início de 2014 é de 5,6%, enquanto no caso das OT é de 4,83%.

A trajetória de subida do retorno anual das OT verifica-se claramente desde 13 de setembro de 2013. A variação do índice foi de 15%. O mínimo de 2013 registou-se a 12 de julho, em plena crise política.

A “caça à yield” nos mercados primário e secundário em relação às dívidas dos periféricos do euro mantém-se, com destaque para a Grécia, Portugal e Espanha. Os analistas falam de uma janela de oportunidade que países como a Irlanda, Portugal e Espanha estão a explorar claramente no mercado primário com emissões obrigacionistas, sindicadas ou em leilão. Hoje, o Tesouro Público espanhol regressa ao mercado de capitais para colocar 4,5 a 5,5 mil milhões de euros em obrigações a três, 12 e 15 anos.

Juros a 10 anos aproximam-se de 5%

Ontem, 15 de janeiro, o prémio de risco da dívida portuguesa em relação à alemã desceu para 332 pontos base, uma redução de 14 pontos em relação ao fecho do dia anterior, segundo dados da Datosmacro. Foi a maior redução entre os periféricos. O prémio de risco representa o diferencial entre o custo de financiar a dívida portuguesa e a dívida alemã a 10 anos.

As yields das OT a 10 anos desceram ontem para 5,15%, a maior redução diária entre os periféricos, logo seguida pela quebra nas yields das obrigações espanholas, segundo dados da Investing.com.

Este nível de yields para as OT já não se observava desde o início de junho de 2010. Já está abaixo do mínimo de 2013, registado em 21 de maio, quando as yields fecharam em 5,22%.

Registou-se, também, uma forte descida nas yields das OT em prazos mais curtos, com destaque para a maturidade a dois anos, que caiu para níveis verificados no primeiro trimestre de 2010. Estas yields estão já abaixo de 2%.

O preço dos credit default swaps (cds) para a dívida portuguesa a cinco anos desceu para 275 pontos base no fecho de ontem (15 de janeiro), a maior descida, seguida pela redução do preço dos cds para a dívida grega, segundo dados da CNBC e da S&P Capital IQ. Em 31 de dezembro, aquele preço registava 351,7 pontos base. Hoje, abriram a registar 274,33 pontos base, segundo dados da CNBC, continuando a trajetória de descida.

Os cds funcionam como seguros contra o risco de incumprimento da dívida. Atualmente, o risco de bancarrota da dívida portuguesa está perto de 22%. O que a coloca fora do perímetro do “clube” das 10 economias com maior risco de incumprimento, onde ainda estão Chipre (4º lugar) e Grécia (8º lugar).

RE

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