O Senado dos EUA, atualmente dominado pelo Partido Republicano, chumbou quatro projetos-lei para maior controlo sobre armas de fogo, na segunda-feira à noite (madrugada desta terça em Portugal), que tinham sido submetidos aos membros da câmara no rescaldo do massacre numa discoteca gay em Orlando, na Florida, que a 12 de junho provocou 53 feridos e 50 mortos, incluindo a do atirador, Omar Mateen.
Na semana passada, o senador pelo Connecticut, Chris Murphy, levou a cabo um “filibuster”, discursando durante mais de 14 horas para forçar os colegas da câmara alta do Congresso a aceitarem submeter a votação novas medidas federais de restrição ao acesso de armas de fogo no país.
Murphy tinha apresentado propostas para alargar os chamados ‘background checks’ às vendas online e às feiras de armas, para que cadastrados não consigam contornar as medidas atualmente em vigor, e outras para impedir que suspeitos de atividades terroristas obtenham licenças de compra de armas.
Entre os projetos-lei relacionados com pessoas que integram a lista de suspeitos de atividades terroristas, contavam-se ainda: uma medida que permitiria à procuradoria-geral dos EUA adiar a compra de uma arma por essas pessoas dando às autoridades federais três dias para determinarem se podem ou não ter armas e uma outra medida que permitiria criar um sistema para alertar o FBI sempre que um suspeito de terrorismo compre uma arma, sem bloquear de imediato a transação.
Quando Murphy completou o seu “filibuster”, os democratas cantaram vitória porque conseguiram forçar a oposição a levar a cabo a votação, mas os resultados não são surpreendentes, considerando a longa história de amor entre os republicanos e a NRA, uma organização sem fins lucrativos cujo único objetivo é manter ao máximo o acesso a armas de fogo desregulado.
Após o chumbo das propostas, as senadoras Susan Collins e Kelly Ayotte, ambas republicanas, ficaram de trabalhar num novo projeto-lei de compromisso, que vai sugerir a proibição de venda de armas a suspeitos de terrorismo que integrem a lista de indivíduos proibidos de viajar e criar um processo de recurso para as pessoas que possam estar nessa lista por engano.
Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)