Os resultados nas eleições para o Parlamento Europeu foram um “sinal de alerta” para os políticos, comentou ontem Bill Clinton, durante a conferência que proferiu sobre a situação financeira mundial, a convite da Universidade Europeia. A ascensão dos partidos separatistas e anti-emigração e ainda as elevadas taxas de abstenção registadas, nomeadamente em Portugal, são avisos que devem ser levados a sério, declarou o ex-presidente dos Estados Unidos da América, afirmando-se, no entanto, confiante no futuro da União Europeia.
“A ideia europeia torna-se menos atrativa se todos os dias alguém de outro país apenas oferecer soluções que vos fazem sentir-se mal”, declarou, numa referência às dificuldades que Estados-membros como Portugal, Irlanda ou Grécia, sob resgate financeiro, atravessaram nos últimos anos.
Portugal fez um “trabalho notável” mas agora terá de encontrar a forma de passar de um crescimento de 1% para 3 % para recuperar o tempo perdido. Para isso, aconselhou Bill Clinton, é fundamental que o país esteja “unido” e que defina uma forma “consensual” de la chegar.
Perante uma plateia de ministros, secretários de Estado, corpo diplomático e muitos alunos da Universidade Euroepia – que integra a rede Laureate Internacional Universities e que tem o 42. presidente dos EUA como chanceler honorário – Clinton centrou muito da sua intervenção na inevitabilidade de todos viverem num mundo “interdependente”. “Implica coisas boas e coisas más. A ideia é potenciar o lado positivo. Nos sítios onde as pessoas trabalham juntas, estabelecendo redes de cooperação, acontecem coisas boas. Sempre que as pessoas se concentram nas suas diferenças e lutam como ‘cães e gatos’ nada de bom resulta”, defendeu.
Bill Clinton terminou a sua intervenção com um elogio ao país – “um sítio fantástico que se saiu bastante bem de um período muito difícil e que deve ter agora hipótese de ter um futuro diferente”.
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