Rosa Palma toma posse e quer “consolidar Silves da serra ao mar”

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O edifício dos Paços do Concelho em Silves foi o local escolhido para a cerimónia de tomada de posse dos órgãos autárquicos, eleitos a 26 de setembro e que deram a vitória a Rosa da Palma da coligação PCP/PEV com 43,10% dos votos, reeleita para os próximos quatro anos nesta que é a única câmara municipal comunista do Algarve.

Vítor Manuel Sequeira Rodrigues (CDU), presidente cessante da Assembleia Municipal teceu palavras de agradecimento aos silvenses e despediu-se do cargo.

Nas eleições autárquicas de 2021, a CDU elegeu para a Câmara Municipal de Silves a Presidente Rosa Cristina Gonçalves da Palma e três vereadores: Maria Luiza Medeiro Conduto Luís, Maxime Antoine René Fernando Sousa Bispo e Tiago Filipe Chaveiro Raposo, que partilharão os destinos da câmara com João Carlos Saião Rodrigues Garcia e Luís Miguel Correia Guia do PSD e Luís José Martins Guerreiro do PS.

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Créditos fotográficos: Joana Pinheiro Rodrigues

Rosa Palma iniciou o discurso frisando a “disponibilidade para ouvir todos e para partilhar ideias, opiniões e construir em conjunto um futuro”. Para o exercício do último mandato, Rosa Palma promete “jogar com tudo, com alma e coração, pensando e refletindo sempre sobre o que fazer e como fazer, mas sempre com uma prespetiva humanista e de proximidade com as pessoas”, com o objetivo de fazer de Silves “um concelho cada vez melhor, um município de progresso e desenvolvimento, aberto e participado, que aposta nas populações e que tem confiança e esperança no futuro”.

Os objetivos do mandato passam por “manter a estabilidade das finanças públicas locais, fazendo uso das regras de boa gestão, organização e planeamento financeiro para simultaneamente aumentar o nível de desempenho municipal, a realização de mais obra pública em benefício das populações do concelho de Silves e a criação de uma dinâmica de oportunidade de acesso a financiamentos para reforçar o investimento nos domínios das infraestruturas, educação, saúde, ação social, habitação, património, cultura e desporto” com a necessidade de construir uma carteira de projetos que permitam “aceder de imediato ao financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência”.

Durante a tomada de posse Rosa da Palma delineou como propósito estratégico “desenvolver medidas de política municipal em áreas como o combate às alterações climáticas, a eficiência energética e hídrica, a habitação e os apoios sociais, a segurança dos cidadãos, as acessibilidades, a segurança rodoviária, a defesa dos direitos dos animais e a modernização administrativa e digitalização dos serviços públicos”. Rosa Palma destaca a criação do Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado como “um projeto pioneiro e inovador”, pelo qual a autarquia “se debaterá pela sua defesa e implementação junto do Governo enquanto condição para a salvaguarda da biodiversidade e da sustentabilidade da economia local, designadamente com a preservação e defesa da pesca artesanal e a atribuição de melhores condições de trabalho e rentabilidade para os pescadores de Armação de Pêra”. Ao longo dos próximos quatro anos, a presidente reeleita pretende ainda reconhecer o projeto “Geoparque Algarvensis” como património da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO, em parceria com os municípios de Loulé e Albufeira.

A nível da organização interna do município, considera “fundamental prosseguir com a desmaterialização dos procedimentos administrativos e serviços públicos, estabelecendo uma maior interação com os munícipes, desburocratizando, simplificando e agilizando a capacidade de intervenção, delegando competências e tarefas e assegurando maior eficácia e eficiência na gestão municipal”. Para a autarquia, é ainda importante prosseguir com “a captação do investimento privado (…) no sentido de contribuir para a promoção do emprego e a fixação das populações em sintonia com o conceito de desenvolvimento sustentável”.

O município quer “insistir junto do governo para a concretização de projetos fundamentais para o desenvolvimento do nosso território como é o caso do desassoreamento do Rio Arade, a construção do estabelecimento prisional regional da Portela de Messines e a requalificação da Estrada Nacional N.124 Silves-Porto de Lagos”, enumerou.

Nos próximos anos, a prioridade será “continuar a lutar contra um processo de transferências de encargos da administração central para a administração local”, mas também “aprofundar a cooperação com as freguesias e uniões de freguesias, apoiar as estruturas locais (…), melhorar as condições de funcionamento das forças de segurança e valorizar e elevar a qualidade da prestação dos serviços públicos e dos seus trabalhadores”.

No final do discurso, Rosa Palma explicou que “mais do que um lema, “da serra ao mar” é uma forma de estar, de ser, de expressão a diversidade e a complementaridade… E é sobretudo uma forma de unir e de não deixar ninguém para trás”, assumindo ser esta a sua missão.

Vítor Rodrigues, presidente cessante da Assembleia Municipal

Durante o evento foram ainda empossados os eleitos para as juntas de freguesia e uniões de freguesia, entre os quais Ricardo Jorge dos Santos Pinto (PSD) para a Junta de Freguesia de Armação de Pêra, Carla Isabel Loureiro Viegas Benedito (CDU) para a Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines, Luís Manuel Viegas Cabrita (PSD) para a Junta de Freguesia de São Marcos da Serra, Tito dos Santos Coelho (CDU) para a Junta de Freguesia de Silves, Roberto Nuno Santos Cabrita (PS) para a União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra e Sérgio Filipe Neves Antão (PSD) para a União de Freguesias de Algoz e Tunes.

Em declarações ao JA, Rosa Palma revelou que a continuidade do trabalho realizado ao longo destes dois últimos mandados, para além da “captação de financiamentos provenientes da CCDR e a nível local”, que fez questão de destacar no seu discurso, assenta na dinamização do Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado, e na promoção do Geoparque Algarvensis, identificados pela presidente como as potências do município que “podem vir a dar o reconhecimento de um Algarve diferenciador junto da comunidade internacional”.

Questionada pela à cerca da participação feminina nas hostes políticas, Rosa Palma admite que vê com bons olhos “uma continuidade dos desígnios da CDU no feminino”. É de recordar que Rosa Palma é uma das quatro mulheres à frente de câmaras municipais no Algarve, juntamente com Isilda Gomes do PS, em Portimão, Ana Paula Martins do PS, em Tavira e Rute Silva Vila do PS, em Vila do Bispo.  

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