S.Brás de Alportel prepara-se para a Festa das Tochas Floridas

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A Procissão de Aleluia, no domingo de Páscoa, realiza-se em S.Brás de Alportel de uma forma muito especial. A tradição mantém-se e as ruas voltam a encher-se de flores

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“Ressuscitou como disse, Aleluia!”. Este é o grito que vai voltar a ecoar no próximo domingo, de Páscoa, pelas ruas de S.Brás de Alportel, cobertas de flores. Esta é a voz da Fé que se renova ano após ano. Esta é a força da tradição!

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A vila transforma-se num mar de tochas floridas. Os homens, formando alas, abrem a procissão, empunhando uma tocha na mão. Ao longo da procissão, reúnem-se em pequenos grupos para, alternadamente, se levantar o grito do “Aleluia”. Aqui e além ouve-se uma voz potente e sonora: “Ressuscitou como disse!”. O grupo, erguendo bem alto a tocha, com grande alegria e entusiasmo, responde: “Aleluia, aleluia, aleluia!”.

Este domingo, São Brás de Alportel será uma vez mais palco de uma das mais genuínas manifestações culturais de cariz religioso do país, a secular Procissão de Aleluia, em honra de Cristo ressuscitado, onde os andores dão lugar às flores, que ornamentam magníficas tochas.

As ruas apinham-se de gente, as varandas estão engalanadas, as colchas estendidas ondulam ao vento. Deslumbrantes tapetes de flores, magnífico trabalho de mãos voluntariosas, descrevem o percurso da procissão. É a tradição quem fala mais alto neste dia, e por ela erguem-se as tochas, canta-se “Ressuscitou como disse! Aleluia! Aleluia! Aleluia!”, sente-se a emoção de um dia pleno de sentir popular.

São Brás de Alportel é uma terra em festa em cada domingo de Páscoa. Filhos seus, dispersos por outras terras do país e do mundo, tornam à terra que os viu nascer, neste dia que é de orgulho para todos os são-brasenses. Mas não só os filhos da terra visitam São Brás neste dia. Ano após ano, são milhares os turistas que passam pela localidade.

Um longo tapete de flores, com um quilómetro, cobre o chão e marca o percurso da procissão, como se a Primavera também viesse celebrar este dia de festa. Para construir esta verdadeira obra de arte, são precisas três toneladas de flores, num trabalho que resulta de um centena de voluntários.

Depois de uma árdua semana de trabalho, na apanha e preparação das flores, na véspera do Domingo de Páscoa, por volta das 5h00, que todos os minutos são poucos, noite fora, até ao amanhecer, para que quando o sol chegar, possa fazer brilhar o magnífico tapete florido e que pode ser observado a partir das 09h30, nas ruas da vila de São Brás de Alportel.

Vila mantém a tradição

Esta procissão foi outrora popular em todo o Algarve. As confrarias eram então obrigadas a levar uma tocha acesa ou luminária e opas vestidas.

Posteriormente, a falta de cera levou ao aparecimento de paus pintados e ornamentados com flores, no cimo do qual se colocava uma pequena vela. Mais tarde, com o desaparecimento das confrarias, permanecem na procissão os paus enfeitados, as lanternas e as velas acesas ao lado do pálio e as opas, que ainda hoje são trajadas pelos homens que transportam o pálio.

Ao longo da procissão, sempre se cantaram hinos, responsos e o Aleluia, em honra da Ressurreição do Senhor. Outrora havia um ou dois coros a cantar e o povo respondia, mas com o passar do tempo, a falta de clero e de cantores, levou a que o canto ficasse na boca do povo.

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