Atualmente, os jovens tendem a preferir a consulta a fontes digitais em detrimento das tradicionais bibliotecas. Mas, e se for uma biblioteca diferente? E se em vez de livros de papel estivermos a falar de livros de carne e osso, com histórias vividas na primeira pessoa?
Foi exatamente essa a proposta lançada recentemente a uma turma do 9.º ano da Escola Básica 2,3 Poeta Bernardo de Passos, de São Brás de Alportel, naquela que foi a primeira edição da Biblioteca Humana de São Brás de Alportel.
A iniciativa foi desenvolvida no âmbito do projeto “Cria+” do Programa Escolhas que está a ser desenvolvido em parceria pela Associação In Loco, Câmara Municipal de São Brás de Alportel e Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas.
A dinamização de uma Biblioteca Humana pretende promover o diálogo, reduzir preconceitos e estimular a compreensão, permitindo aos jovens participantes o contacto com “livros” que são pessoas reais, voluntárias, capazes de comunicar a sua realidade pessoal a “viva voz”, que pode estar relacionada com diversas problemáticas como a ansiedade, os distúrbios alimentares, os consumos ou até a transexualidade.
Uma oportunidade diferente de aprendizagem e sensibilização sobre a importância dos direitos humanos para o bem-estar pessoal de todos. A “leitura” destes “livros humanos” é feita num ambiente aberto, acolhedor e seguro, com um ou mais leitores interessados.
O conceito da biblioteca humana nasceu na Dinamarca em 2000 através da organização não governamental “Parar a Violência” que, com a iniciativa, procurou ajudar a quebrar estereótipos e a desafiar atitudes sobre a diferença, visando o entendimento entre os diversos membros de uma comunidade.
Atualmente, já são mais de 60 os países com experiências deste tipo, passando agora São Brás de Alportel a integrar esta rota.