Os produtores de sal tradicional de Castro Marim não compreendem como é que a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António está a autorizar a transformação de salinas tradicionais em salinas industriais em plena área protegida.
De acordo com o presidente da cooperativa de produtores Terras de Sal, um dos aspetos desfavoráveis é o de o sal produzido industrialmente começar a ser encaminhado para o mercado e vendido como sal de Castro Marim. “Isto pode dar origem a alguma confusão entre os consumidores, que podem pensar que se é de Castro Marim é tão bom como o tradicional. E não é verdade”, garante Francisco Domingues, lembrando que “terão que ser as autoridades oficiais a tomar medidas concretas na defesa das atividades tradicionais como é a nossa, e que têm custos muito superiores aos de uma salina industrial”.
Fernando Reis, presidente da Tradisal – Associação dos Produtores de Sal Marinho Tradicional do Sotavento Algarvio explica que o sal industrial “não é um produto natural”, porque “é submetido a um processo de lavagem, branqueamento e secagem, que lhe retira todos os minerais e sais minerais, deixando apenas o sódio”. (…)
(…) O Plano de Ordenamento da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António diz que não é possível reconverter áreas de sapal em salinas, mas não prevê que uma salina tradicional não possa ser convertida em industrial.
“Por muito que a Reserva acarinhe as salinas tradicionais e tenha impulsionado a revitalização do setor salícola tradicional, não existe enquadramento legal para impedir que um proprietário altere a tecnologia de produção da sua salina”, explicou ao Jornal do Algarve fonte da Reserva, frisando que “ninguém pode dar um parecer contra a legislação em vigor”…
…(reportagem completa na edição semanal, em papel, do Jornal do Algarve de quinta-feira, dia 16 de dezembro)
