Pedro Santana Lopes comentou ontem a entrevista de José Sócrates, publicada este sábado no Expresso, e defendeu que a campanha contra o ex-primeiro-ministro veio do interior do PS. No seu habitual espaço de comentário na CM TV, Santana Lopes afirmou que “a campanha mais violenta foi lançada do interior” do PS.
Recorrendo a um artigo publicado em setembro de 2004 na revista “Focus”, publicação entretanto encerrada e que segundo ele seria influenciada então por uma ala socialista, Santana afirmou que a campanha contra o ex-primeiro-ministro não é do centro-direita. “Estava na rua na altura em que era candidato à liderança do PS.”
O antigo governante rejeitou ter feito qualquer complô contra Sócrates. “Se fosse corajoso, virava-se contra os adversários do PS”, disse ontem à noite.
Santana Lopes é de opinião que o ex-primeiro-ministro teve, durante o seu mandato, vários casos reais fundamentados que o obrigaram a justificar-se. “Qualquer dia, vai dizer que fui que eu que enviei o fax para a universidade ao domingo, ou que o tio do Freeport é meu tio”, ironizou.
O antecessor de Sócrates em São Bento recusou também ter lançado boatos sobre a vida pessoal do ex-líder do PS. “É uma falsidade extrema”, respondeu sobre a acusação de que terá sido ele a lançar o rumor de relacionamento amoroso entre Sócrates e Diogo Infante. “Há aqui uma dimensão de esquizofrenia que me faz impressão”, disse.
Sobre o caso do cartaz feito pela JSD na campanha eleitoral – que tinha a imagem do Sócrates com a pergunta “Sabe quem é esta pessoa?” -, Santana Lopes disse ter muito orgulho. “Já tive a minha cara em muitos cartazes e não me ofendi com isso”, respondeu.
Na entrevista ao Expresso, José Sócrates revela que falou com Miguel Relvas, na altura diretor de campanha, e que este lhe disse que tinha sido ideia de Santana Lopes. “Falei hoje com Miguel Relvas, que me disse que a história é falsa.”
Pedro Santana Lopes vê ainda a entrevista de Sócrates como um regresso. “Não faz isto concertado com António José Seguro, há uma troika que luta pelo espaço dentro do PS”.
Carolina Reis (Rede Expresso)
