Sarkozy contra Sarkozy

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O presidente Nicolas Sarkozy anunciou esta noite ser candidato a um novo mandato no Eliseu, mas enfrenta um adversário de peso: ele próprio.

Foi um presidente-candidato tenso e algo nervoso que apareceu esta noite, aos franceses, na televisão. Nicolas Sarkozy foi obrigado a anunciar a sua recandidatura ao Eliseu cerca de um mês antes do previsto.

As más sondagens obrigaram-no a descer à arena eleitoral a mais de dois meses das eleições. O seu principal rival, o socialista François Hollande, ganhou um enorme avanço nas sondagens – cinco pontos na primeira volta, em abril, vinte na segunda volta, em maio.

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Acossado, o atual presidente vai agora acelerar a campanha. Bem à sua imagem, nunca se dará como derrotado e, dinâmico, vai estar todos os dias em ação para tentar apresentar-se como o único candidato capaz de ser eficaz contra a crise. Uma “França forte” será o lema da sua campanha.

A imagem de presidente dos ricos

Mas o seu principal adversário será ele próprio: a sua imagem inicial, há menos de cinco anos, de presidente dos ricos, de óculos Rayban e relógio Rolex, de férias gratuitas em barcos de luxo de amigos milionários, de um chefe de Estado descontrolado na linguagem, continua a manchá-lo duramente e a provocar reações de rejeição muito fortes no seu país.

Reagindo à sua declaração de candidatura, os socialistas saudaram a sua entrada em campanha. “Vamos discutir finalmente o fiasco deste mandato, o desastre do desemprego, dos défices, dos favores fiscais aos ricos”, disse François Hollande.

O candidato socialista não cativa multidões e está longe de ter provocado uma vaga de fundo avassaladora e vitoriosa a seu favor. Mas Hollande pode ganhar as eleições porque Nicolas Sarkozy não consegue ultrapassar a imagem que ele próprio criou na sociedade francesa, de um presidente volátil, agitado, hiperativo, contraditório, protetor e amigo dos ricos.

Nicolas Sarkozy apenas poderá ser reeleito se conseguir apagar, pelo menos em parte, a imagem desastrosa que tem em França. Vai ser difícil porque tem apenas dois meses para convencer que realmente mudou.

JA/Rede Expresso
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