Sé de Silves de cara ‘nova’ após intervenção delicada

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Créditos: © DRCAlg/C. Farias, 2018

A Direção Regional de Cultura do Algarve (DRCAlg) anunciou, na semana passada, a conclusão da intervenção no portal principal da antiga Sé de Silves.

A intervenção neste monumento nacional permitiu recuperar totalmente o portal principal, em pedra, da antiga Sé de Silves, tendo sido efetuado, entre outras operações delicadas, o reposicionamento e consolidação das aduelas nas arquivoltas do portal, “cuja instabilidade apresentava perigo para o património e para as pessoas”.

Esta intervenção foi efetuada no âmbito do programa operacional CRESC Algarve 2020, com um investimento total no valor de 73 mil euros, beneficiando de um financiamento de 60% de fundos comunitários.

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O portal da antiga Sé de Silves já apresentava diversas patologias na pedra, nomeadamente “colonização biológica, pátina, zonas com erosão, elementos a reintegrar, infestação de vegetação e patologias estruturais (desligamentos, fraturas, fissuras, fendas na estrutura e lacunas volumétricas)”, que exigiram “uma intervenção consciente e adequada, quer ao nível dos materiais quer das técnicas a adotar”, adianta a Direção Regional de Cultura.

Simultaneamente, a Câmara Municipal de Silves promoveu a retificação das drenagens das águas pluviais do lado norte da antiga Sé, cujos defeitos eram a causa de muitas das patologias observadas no portal.

“Para além dos melhoramentos no imóvel e na segurança dos seus utentes, espera-se que esta intervenção contribua para o aumento das visitas ao monumento, que anualmente ultrapassam já as 45 mil, trazendo benefícios para a economia local e contribuindo para a sustentabilidade de uso da antiga Sé, um dos mais relevantes edifícios monumentais do Algarve”, salienta a DRCAlg.

Um dos templos mais emblemáticos da região algarvia

A antiga Sé de Silves é considerada um dos templos mais notáveis da arquitetura gótica do Algarve. Provavelmente, foi mandada erigir nos finais do século XIII, após a conquista definitiva da cidade, em 1248 ou 49, por D. Paio Peres Correia.

Atualmente, este monumento nacional, construído num arenito vermelho (grés de Silves), apresenta-nos um estilo gótico, deturpado pelas sucessivas reconstruções e restauro a que foi votado. No átrio interior podemos observar vários sarcófagos, incluindo o túmulo de D. João II, que aqui foi sepultado em 1495, tendo os seus restos mortais sido transladados para o Mosteiro da Batalha quatro anos depois.

Silves foi nomeada sede de bispado logo a seguir à primeira conquista aos árabes em 1189, mas a Sé só seria construída no século XIII, depois da conquista definitiva, durante o reinado de D. Afonso III. O título conservou-se até ao século XVI, quando a sede foi transferida para Faro. Durante esse período de tempo, 26 bispos ocuparam a cadeira episcopal.

JA

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