A mudança é para todos
O Partido Socialista entrou num novo ciclo e está agora na oposição. Tem uma nova liderança, está a trabalhar para melhorar o funcionamento interno e continua a ser um grande partido, com propostas concretas para o país. Precisa de uma reflexão profunda sobre o que vai fazer e como vai conseguir de novo recuperar a confiança dos portugueses.
Fui Secretário da Organização do PS Algarve nos últimos oito anos. Houve muitas coisas que correram bem e outras que correram mal. Tivemos grandes vitórias e derrotas. Costumo comparar política e futebol e vejo o que acontece mesmo com os melhores. Mesmo com o Ronaldo, se joga bem todos aplaudem, mas se tem um dia menos bom assobiam. Mas não deixa de dar tudo o que pode para a equipa ganhar.
As pessoas não perdoam as derrotas e querem mudanças. Evidentemente que as mudanças são importantes, mas tem de haver coerência e aqueles que perdem um dia não podem ficar quietinhos e dias depois pedir para os outros saírem. A responsabilidade das vitórias e das derrotas é de todos. E contam para todas as eleições. As autárquicas e as legislativas.
No Algarve, ao contrário do resto do país, o Presidente do PS, Miguel Freitas, assumiu o mau resultado eleitoral e defendeu um Congresso extraordinário ainda este ano. Foi o único. E não tem paralelo noutras situações. Quantos Presidentes de Concelhia pediram eleições antecipadas com derrotas nas autárquicas? Nenhum. Quantos Presidentes de Federação o fizeram no país após as legislativas? Nenhum outro. O Presidente do PS Algarve fez, com a dignidade que lhe reconheço. Ou será que o PS só teve um mau resultado no Algarve?
Como a nova Direção Nacional quer fazer uma profunda alteração dos estatutos, tendo havido já uma reunião na região com o Secretário Nacional do PS para a Organização, Jorge Seguro Sanches, ele próprio nos veio esclarecer a situação. O Algarve podia avançar para eleições intercalares, havendo novas eleições no próximo ano. A Comissão Política do Algarve entendeu que não fazia sentido haver duas eleições em nove meses e decidiu acertar o calendário com o partido a nível nacional.
Neste cenário de não haver eleições antecipadas havia duas opções: ou a demissão do Presidente e a nomeação de uma Comissão Administrativa, sem legitimidade dentro do partido e muito limitada na sua ação política, ou a continuação da actual Direção. Miguel Freitas decidiu continuar e se o conheço bem, vai dar tudo o que tem, como sempre, ao serviço do PS.
Temos eleições para as concelhias em abril e a seguir eleições para a Federação. Sim, é preciso mudar. É preciso que haja mais do que uma lista nas concelhias, que haja concorrência, que se discuta política e projetos e se preparem as eleições autárquicas. Para mim, creio que é importante que os candidatos à concelhia digam logo se são candidatos à Câmara. É preciso clarificar. O PS agradece.
Vai haver mudança, mas espero que o sentido da mudança seja para todos.
Ora cá está a real filosofia do PS algarve: política é como o futebol!
Que se lixe a ética e o altruísmo! Que se f**** os cidadãos, e os serviços públicos! A Malta quer futebol e minis!