Como é do conhecimento geral, o Centro Hospitalar Universitário do Algarve, que envolve todos os Hospitais Públicos do Algarve, encontra-se desde há muito à deriva e sem um órgão de gestão capaz e demissionário.
Não é difícil perceber que, uma organização desta dimensão, sem planeamento e constituída sobre o joelho, sem suporte financeiro adequado, com grande distanciamento entre as três instituições hospitalares, só poderia resvalar para a situação em que se encontra, com deficit e descontentamento geral de recursos humanos a todos os níveis e de condições de trabalho, quer por falta de equipamentos, quer por falta de consumíveis, o que não permite uma boa, humana e atempada prestação de cuidados de saúde.
Como profissional de saúde e cidadão, com experiência quer na parte assistencial quer no que diz respeito á gestão, defensor do SNS, permito-me neste momento sugerir e propor alternativas ao nível da gestão que me parecem válidas:
1 – MANUTENÇÃO do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) atual, e em que, por razões de distância entre instituições, de organização, logística, de custos, de dificuldade de gestão e controle, o Conselho de Administração seria constituído por:
– Presidente do C.A. – Um (1) Profissional de Saúde
– Diretor Clínico – Dois (2) dois D.C., um de Faro e um de Portimão
– Enfermeiro Diretor – Dois (2) E.D., um de Faro e um de Portimão
– Administrador Hospitalar
– Vogal Técnico – Técnico de Saúde (1) para ligação à Universidade
2 – REVERSÃO da fusão dos Hospitais – Um Hospital Central Universitário de Faro e um Centro Hospitalar Universitário do Barlavento (Portimão e Lagos), cada instituição com o seu Conselho de Administração autónomo, com superintendência do Ministério da Saúde/ARS.
3 – REVERSÃO da fusão dos Hospitais – Um Hospital Central Universitário de Faro e a criação de Unidade Local de Saúde do Barlavento, (H. Portimão e H. Lagos e Centros de Saúde do Barlavento), em que no Conselho de Administração desta Unidade seriam integrados um ou dois elementos da gestão dos Centros de Saúde.
Estas, são no meu entender, algumas sugestões e propostas com honestidade, seriedade poderiam introduzir relevantes melhorias nos cuidados de saúde no Algarve (cuidados técnicos, preventivos e curativos, humanizados e solidários, atempados e a custos controlados). Com a manutenção do CHUA tal como está e com os nomes sonantes que têm sido propalados para a nova gestão, o caos será ainda maior. Até agora, as sucessivas alterações das políticas de saúde nacionais e sobretudo no Algarve, têm-se traduzido por uma degradação e delapidação contínua e um significativo incremento de custos. “O QUE ESTÁ MAL MUDA-SE”. Só os burros é que não mudam! Para onde caminhamos? Fica o alerta!
Luís Batalau
Médico