Morreu o segundo bebé lince ibérico

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O segundo bebé lince ibérico, que nasceu este mês no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico de Silves, morreu no domingo e estão em curso exames para apurar a causa da morte, disse hoje à Lusa fonte daquele organismo.

O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) adiantou que estão em curso “análises laboratoriais para apurar com exatidão a causa da morte das duas crias de lince ibérico nascidas dia 04 de abril no Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico”.

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A primeira cria nascida em cativeiro em Portugal, uma fêmea, morreu dia 11 de abril, tendo resistido com vida sete dias.

Uma semana depois morreu a segunda cria, que resistiu com vida 15 dias.

“Ambas [as crias] terão morrido de forma aguda, num curto espaço de tempo. Não se registam lesões que indiciem maus tratos ou abandono por parte da mãe”, explicou o diretor do Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, Rodrigo Serra. Rodrigo Serra afirma que a progenitora, Azahar, reagiu “sem agitação” e tem o seu comportamento normalizado.

“Azahar – ‘flor de laranjeira’ em árabe – está bem, tendo dedicado estes últimos dias à recuperação do seu peso, comendo bem, e estando a socializar com o Drago [o macho com quem forma par]”, disse o diretor do Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico.

No ano passado “40 por cento das crias que nasceram morreram até aos dois meses de idade”, informou Rodrigo Serra.

Segundo o ICNB, em 2009 nasceram em Espanha 28 linces ibéricos em cativeiro e só 17 sobreviveram até aos dois meses.

Em 2008 nasceram 16 crias, morreram três e seis crias tiveram de ser retiradas às progenitoras para serem criadas à mão, dados que demonstram que a “mortalidade neonatal nos linces ibéricos é normal”, acrescentou o ICNB.

Uma estatística indica que 70 por cento das fêmeas inexperientes têm condutas anormais para com as crias, factos que se podem verificar pelo abandono das crias e ou ausência de instintos maternais.

Azahar, a lince ibérica que nasceu há cinco anos em liberdade, foi o primeiro animal a ser transferido de Espanha para o centro de Silves, em outubro passado, ao abrigo do plano ibérico para a conservação do lince, um felino ameaçado de extinção.

De uma população de 100 mil animais no início do século XX, o número de linces ibéricos, considerados os felinos mais ameaçados do mundo, situa-se hoje na ordem das duas centenas em estado selvagem, além daqueles que são mantidos em centros como o de Silves.

Em Portugal, onde não eram avistados linces desde 1980, o objetivo do programa ibérico de reprodução é libertar os animais mantidos em cativeiro nos habitats naturais, como a serra da Malcata, e no Sul do país.

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