Sirenes antiaéreas voltam a soar em Jerusalém

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Para surpresa dos locais e turistas que inundavam as ruas do centro de Jerusalém, as sirenes de alerta para ataques aéreos ecoaram pela cidade cerca de meia hora antes do fim oficial do cessar-fogo, que deveria terminar à meia-noite da hora local (22h em Lisboa). A agitação da animada vida social da cidade foi trocada pelo nervosismo disfarçado de indiferença, embora até ao momento não haja registo de feridos ou estragos causados pelo ‘rocket’ entretanto reivindicado pelo Hamas.

Nas mesmas esplanadas que há pouco mais de quarenta minutos estavam repletas de gente que ouvia música ao vivo, agora só se veem pequenos grupos de resistentes que entoam cânticos nacionais como resposta ao ataque. Mas quando a sirene tocou foi o silêncio o primeiro a reinar. A música ao vivo parou abruptamente e o único som que sobrou foi o de centenas de cadeiras a serem arrastadas pela pequena multidão que correu a refugiar-se dentro dos prédios mais próximos.

Durante cerca de dois minutos as sirenes ecoaram pela cidade e os rostos que ao mesmo tempo tentavam mostrar indiferença, revelavam a apreensão de quem sabe que aquele som só surge quando o país está a ser atacado. E embora o Iron Dome dê aos israelitas uma sensação de segurança extrema, a angústia torna-se visível.

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Terminam as sirenes e as ruas estão desertas. Pouco a pouco os mais ousados atrevem-se a sair dos abrigos improvisados e seguem em passo apressado rumo a casa, de semblante fechado. Ao longe o elétrico que passa ao lado da zona histórica da cidade volta a apitar. Mas a música, essa já não voltou as ruas de Jerusalém, a não ser a que continua até agora a ser cantada em plenos pulmões pelos pequenos grupos de jovens que insistem em ficar nas esplanadas noite fora, em demonstração de força e resiliência contra os mais de 30 ‘rockets’ lançados esta quarta-feira a partir de Gaza.

De acordo com a agência Reuters, a polícia israelita já confirmou que um ‘rocket’ foi interceptado na zona da Jerusalém, sem quaisquer registos imediatos de vítimas ou danos graves. Entretanto, o Hamas reivindicou este ataque, assim como o que esta tarde atingiu a grande área de Tel Aviv. Beit Shemesh, Beersheba, Ashdod e Ashkelon foram as restantes cidades alvo do Hamas, que desde o início do conflito (em meados de Julho) disparou mais de 3500 ‘rockets’ contra Israel.

Desde 11 de agosto que a renovação das tréguas vinha sendo uma constante na tentativa de chegar a um consenso entre os dois estados, até agora sem qualquer resultado. Morreram mais de 2000 palestinianos e 67 israelitas.

RE

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