Situação agrava-se com risco e juros a subir

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A probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa subiu hoje 2,5 pontos percentuais e os juros das obrigações do Tesouro a dez anos fecharam em 13,75%. Prémio de risco em relação à dívida alemã está quase em 12 pontos percentuais.

Os mercados dos derivados sobre a dívida soberana penalizaram hoje Portugal, Irlanda e Espanha. O fecho dos mercados da dívida foi particularmente negativo para Portugal que, depois de uma trajetória de descida, ao longo de fevereiro, dos máximos históricos de 30 de janeiro, viu a tendência inverter-se no último dia do mês.

No caso português, a probabilidade de incumprimento num horizonte de cinco anos agravou-se hoje 2,5 pontos percentuais, segundo dados da CMA DataVision. O risco subiu de 60,47% no fecho de terça-feira para 62,94% no encerramento hoje. Refira-se que Portugal continua a estar em 2º lugar, depois da Grécia, no TOP 10 dos países com mais alto risco de bancarrota.

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Também o indicador dos “pontos à cabeça” (points upfront) relativos ao estabelecimento de contratos de credit default swaps (seguros contra o risco de incumprimento) subiu de 33 pontos ontem para 34,5 pontos, segundo dados da Markit. A escala destes pontos vai de 1 a 100 e só é usada para dívidas soberanas que já têm um nível de risco muito elevado, como são os casos da Grécia (onde os “pontos à cabeça” subiram para 73,5) e de Portugal.

Também na frente das yields (juros) das obrigações do Tesouro (OT) no mercado secundário se assistiu a uma subida nos prazos a três, a cinco, a seis e a dez anos, segundo dados da Bloomberg. As variações diárias nos prazos a cinco e a dez anos foram superiores a 5%. Os juros das OT a três, cinco e a seis anos fecharam em valores acima de 16%, e os juros das OT a dez anos encerraram em 13,75%.

O prémio de risco da dívida portuguesa em relação à dívida alemã subiu para 11,93 pontos percentuais.

A Irlanda viu o seu risco de incumprimento agravar-se mais de 1,5 pontos percentuais e os juros dos títulos irlandeses a nove anos (os a dez anos não estão a negociar-se) estão acima do patamar dos 7%. O agravamento da perceção da situação da dívida do ex-Tigre Celta advém do anúncio ontem pelo primeiro-ministro de um referendo sobre as decisões da última cimeira europeia relativas ao “compacto orçamental”. Finalmente, o risco de incumprimento da dívida espanhola subiu hoje.

JA/Rede Expresso
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