SMS: As guerrinhas da televisão pública

A televisão pública, quase por regra, tem brindado o Algarve coim as suas guerrinhas internas, inexplicáveis na maioria dos casos. Será o caso do recente afastamento da jornalista Rosa Veloso das funções de coordenação da RTP no Algarve. O diretor da estação disse na parte aproveitável do seu verdito que “os cargos não são vitalícios”, o que não constitui qualquer novidade. Nada mais disse, Para trás fica, para o público, uma pequena nota no diário dos crimes e confrontos segundo a qual haveria uma “guerra” na RTP/Faro, e depois que um inquérito estaria a decorrer na sequência de um abaixo-assinado com conteúdo clandestino e finalmente o tal veredito. Nada sobre as razões ou motivos que justificassem o afastamento de uma profissional competente e que, já agora, desde que assumiu o cargo de coordenadora tinha mais argumentos para prestigiar a estação pública no Algarve do que para a estação pública conferir-lhe prestígio.

Está muito claro que a RTP não tem culpa de ser uma estação pública, como também a sua delegação no Algarve está longe de ser uma autarquia. Além disso, o seu diminuto quadro de pessoal não corresponde ao que se esperaria de uma televisão pública no Algarve, em termos de autonomia, qualidade e desempenho. Sem capacidade de decisão sobre a sua própria agenda, está à mercê das decisões de Lisboa e também dos efeitos de pressões que um ou outro município exerce formal ou informalmente. Quer isto dizer que a delegação da estação pública não faz o que deseja nem pode assumir de forma responsável na região o que para esta a RTP significa ou deveria significar. Tem passado sem escrutínio ao longo dos anos, a forma airosa como a televisão pública tem ladeado a instalação de um centro de produção a sério no Algarve, e também como tem silenciado o seu desempenho praticamente confinado a algum desastre, a algum escândalo e a alguma inauguração de passadeiras para peões e colocação de lâmpadas led em Faro, que em Portimão ou Tavira já é muito longe.

Sobre a dança de anteriores coordenadores que dificilmente coordenaram, também pouco ou nada foi dito, embora, de modo geral, fosse por regra entendido que as danças, enfim, seriam por desconfortos com a vinda a ferros para Faro e que os bailarinos ficariam à espera de um final feliz. No caso de Rosa Veloso, a forma autocrática como o assunto terminou e terminou com o seu afastamento inexplicado como se uma delegação da estação pública no Algarve, apesar de desgraduada e permeável a conhecidas irregularidades que lhe deram má cara no passado, fosse uma secção de xadrez e passatempos, acaba por dar razão aos que observam que a RTP é portuguesa exceto para o Algarve e no Algarve.

Sabe-se apenas que houve “guerra”.

Flagrante geografia: Surpreendidos ficam os que desconhecem que a Região Autónoma da Madeira cabe toda ela na área do Concelho de Loulé, e que quanto ao contributo para a riqueza nacional será melhor não falar para o Orçamento do Estado não ficar com peso na consciência.

Carlos Albino

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