Até agora, em Portugal, são dez as candidaturas para a Capital Europeia da Cultura 2027. As inscrições encontram-se abertas até 23 de novembro de 2021, pelo que é bem possível que mais cidades se juntem ao despique que, para já, envolve Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Leiria, Guarda, Oeiras e Viana do Castelo. Deste despique, apenas uma sairá vencedora, podendo contar como contrapartida nacional de apoio a esta iniciativa, com uma verba de 25 milhões de euros, fora os acrescentos que não serão poucos, direta e indiretamente.
Algumas cidades candidatas, para o efeito, trataram de consolidar, e bem, acordos intermunicipais implicando as áreas envolventes. Outras não – avançam sozinhas ou, quando muito, com apoios meramente formais. No início de 2023 ficar-se-á a saber qual a cidade portuguesa escolhida para fazer parceria com a outra cidade a ser selecionada pela Letónia.
Em Portugal pelo menos, a apresentação de algumas de tais candidaturas é difícil que possam ser desligadas dos interesses em jogo nas próximas eleições locais.
Primeiro, porque não é difícil perceber-se já que as promoções de algumas candidaturas deixam à vista desarmada atuações partidárias que pouco têm a ver com a Cultura. Segundo, porque é já patenteado que sem a apresentação de candidatura, mesmo que tudo levando a crer que será perdedora avaliando-se de relance a história, potencialidade e força simbólica das, por ora, dez cidades candidatas, uma ou outra câmara poderia ser perdida, quando nos calores da luta política tudo vai contar para o acusatório.
E é pena que assim aconteça, porquanto o objetivo defensável é o de se escolher uma Capital e não um Pedestal da Cultura.
Flagrante bom senso: E também bom gosto, quando José Apolinário de forma clara e inequívoca manifestou a vontade a aproximar o Algarve da Andaluzia.
Carlos Albino