A Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA) faz um bom aviso e quem me avisa meu amigo é. Possivelmente, alguns dos que deviam registar mais e melhor a advertência, preparam a debandada se é que em algum momento estiveram com os dois pés no Algarve, ou então aguardam o momento oportuno para fugirem. O que diz o NERA?
Isto, resumindo e concluindo:
- O NERA aponta para a necessidade de começarmos a refletir sobre as consequências que a atual crise vai ter na vida das pessoas, na economia e no futuro da Região. No Algarve temos centenas de empresas encerradas, lutando pela sobrevivência, milhares de trabalhadores sem trabalhar e sem garantia de emprego. Famílias preocupadas. Jovens sem certezas para o futuro. Uma economia paralisada e de evolução incerta. Uma crise social profunda.
- O NERA considera que é necessário começar por ter consciência de que nada será igual ao passado. Estamos perante um futuro incerto e as empresas têm de se preparar para isso. É necessário iniciar uma reflexão sobre o Algarve e sobretudo analisando as debilidades que esta crise pôs a nu.
- Esta crise demonstrou a vulnerabilidade gerada pelo desequilíbrio estrutural da economia da Região. Temos de ter a coragem de o admitir. O Turismo é, e vai continuar a ser, a atividade económica mais importante da região. Ninguém deve ter dúvidas sobre isso. Um setor que representa 15% do PIB e é o principal setor exportador de Portugal. O Algarve contribui para quase metade desses valores. O Turismo dá vida a centenas de Empresas dos mais variados setores para além do alojamento e da restauração e a muitos milhares de empregos, numa atividade que proporciona à região um PIB per capita e um nível de vida, superiores à média nacional.
- O NERA tem vindo a afirmar que o Algarve «não tem Turismo a mais», o que tem é «outros setores a menos». O Algarve possui outros setores económicos com potencialidades – ligados sobretudo aos recursos da Terra, do Mar, do Território, do Clima – insuficientemente aproveitados, apesar dos progressos dos últimos anos. O Algarve precisa de os dinamizar, de lhes dar força e desenvolver de forma a reequilibrar a estrutura económica da região, aproveitando recursos – que temos! – dando vida a novas atividades, a novas empresas, a mais emprego e a novas qualificações profissionais. Para além dos setores ligados à inovação e às novas tecnologias, e a diferentes áreas industriais.
- O NERA considera que é urgente definir uma Estratégia integrada e construir um instrumento político de Administração Regional, que dê consistência a um projeto regional. Pensar que tudo volta a ser o que era é não só uma ilusão. É um erro. Que não podemos repetir.
Flagrantes votos: Para que José Apolinário consiga levar a bom termo a tarefa de coordenação regional do que ao poder central diz respeito, quanto à saúde pública. E não só: quanto ao descontentamento que é crescente quanto à virose alojada na máquina do Estado. Acreditamos que José Apolinário saberá lidar com esta epidemia.
Carlos Albino