SMS: Estes são os momentos certos

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Colaboradora. Designer.

Para o Algarve, estes podem ou poderiam ser os anos mais propícios para o desenvolvimento harmónico. Em todos os aspetos – da ciência à cultura, da economia ao ensino, do turismo ao comércio, dos assuntos do mar aos assuntos dos campos, e, já agora, da política à cidadania. Há na verdade muita animação, temos os 365 dias preenchidos com inúmeros programas para bem passar o tempo e usufruir deste espaço abençoado pela natureza, mas muitos duvidam de que todo este alvoroço resulte em desenvolvimento e progresso, ou contamine com o conhecimento e o saber todos aqueles aspectos essenciais para a Sociedade. Alguns até, uma vez que já está escrito magistralmente um Ensaio sobre a Cegueira, terão vontade de escrever, desta vez, um ensaio sobre o desapontamento.

As instituições que o Estado plantou na sua estufa privativa do Algarve – direcções regionais, delegações, institutos autónomos – fazem a sua vida a despachar hoje o que ontem não conseguiu despachar e a deixar para amanhã os despachos que podem ficar à espera por largos meses, Para essas instituições, o nome do Algarve pode muito bem mudar para Burocracia, tanto faz desde que os privilégios se mantenham.

As instituições próprias do Algarve, por outro lado, à medida que o Estado lhes comete mais poderes transferidos, em vez de interagirem e de se organizarem em solidariedade regional, o que fazem? Imitam provincianamente o Estado nisso a que chamamos burocracia mas não é – carreirismo é o nome. Imitam-no nisso a que chamamos política mas não é – compadrio partidário é a postura. E imitam-no também na acefalia em que o Estado por natureza cai, nessa canção a que de há muito chamamos por “lá vamos cantando e rindo” – a caminhada para o Saber é coisa longínqua e esforço para o Conhecimento torna os dias incómodos e as noites maçadoras.

Sim, diz-se por aí, e é verdade, que há a AMAL e que há a RTA, como quem diz que também há a estação ferroviária a de Almancil-Nexe que nem serve Almancil e nem Nexe. Só que a AMAL, como dizem os brasileiros, não decolou, e a RTA vale pouco mais que uma secção, apenas mantendo uma designação que induz em erro.

Estamos a deixar passar anos propícios. Mais dois ou três, quando muito.

Flagrante conselho: Se fosse permitido aconselhar, sempre se diria a uns jovens iniciantes que a vaidade é tão inimiga da inteligência que a destrói.

Carlos Albino

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