SMS: Falta-lhe uma aula prática

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Julgo que é ou terá sido enfermeira mas se no exercício da sua profissão manifesta a ignorância e a má-fé que comprova quando abre a boca para dizer o que pensa, então nem para dar uma injecção serve. Disse a enfermeira que não viveu na ditadura mas que sabe bem “o que isso é porque leu os livros”. Tudo bem. até aqui – leu os livros embora não tenha dito quais. Mas a seguir deixou o claro esclarecimento sobre quais os livros que leu. Muito convicta, depois de argumentar com as suas leituras teóricas, afirmou que hoje, em Portugal, “estamos em ditadura”. Assim mesmo – ditadura. Há portanto censura, polícia política, a opinião é considerada um delito e caso seja contrária até será crime, as greves são proibidas mesmo as que confundem doentes com patrões, ninguém fala em voz alta com medo, a ONU em peso condena Portugal, etc., etc.. Estamos em ditadura, segundo a enfermeira.

Claro que quando uma líder que lê livros sem dizer quais e com todo o à vontade diz baboseiras em voz alta como se, sem consequências de maior, confundisse uma injecção de estricnina com uma de B12, essa líder influencia os liderados e que pertencerão à mesma escola. E foi assim que, após a enfermeira apregoar em voz alta as conclusões que tirou das suas leituras às escondidas, outras enfermeiras e outros enfermeiros empunharam cartazes com o pensamento da líder – “Estamos em ditadura” e “Acabou a democracia”, lia-se. As televisões filmaram e transmitiram, algumas rádios amplificaram as palavras de ordem, um outro jornal da área das leituras da enfermeira reproduziu acriticamente a conclusão que a enfermeira extraiu das suas leituras teóricas.

E continuaria tudo bem até aqui, se não fosse notada uma grave falha na formação intelectual da enfermeira. É que ela teve aulas teóricas mas faltaram-lhe as aulas práticas, uma ou duas que fossem. Por exemplo, viver um ou dois dias no Forte de Peniche, sob tortura, com pancada até dizer basta até revelar quem paga a greve, e mais pancada por confundir uma ordem profissional com sindicatos, ou por proceder como se uma ordem fosse um sindicato nacional, e até a murro partirem-se-lhe os dentes por confundir os doentes que nada lhe pagam nem lhe devem com o seu patrão. Ou para não ir tão longe até Peniche, uma aulinha prática em Caxias ou no Aljube, uma aulinha dessas que a forçasse a enfermeira a simular gritar em plena ditadura que “estamos em democracia”, ficando à espera do que lhe poderia acontecer. Falta-lhe uma aula prática.

Flagrante coerência: E que dizer dos que abandonam o seu partido a que tudo devem, designadamente o que receberam sem que tivessem preparação e currículo adequado, só porque o seu partido, agora, os não faz candidatos nas listas para isto ou para aquilo, pelo que aceitam ser ou oferecem-se como candidatos transferidos tal como os jogadores?

Carlos Albino

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