SMS: Faz falta um bom bruxo

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Bruxo ou bruxa, tanto faz. Há quem diga que não acredita, embora com ressalva – que as há, lá isso há. E para quê a necessidade de um adivinhão? Para já, para se saber quando vai chover ou mesmo se vai chover e se muito ou pouco. Depois o Brexit e os ingleses, não pelo Brexit ou pelos ingleses mas pelo turismo britânico – dormidas, golfe, etc. Há mais, pouco mais – como vai ser a Europa quanto a estabilidade monetária e financeira, como vai ser a concorrência do Norte de África quanto a hotéis, faltando para completar a breve lista que falta, como vai ser isto do mercado imobiliário porque, segundo parece, ainda há bastante para vender. Precisamos de um bom bruxo ou bruxa para resolver aquelas inquietações, não havendo muitas mais que contem, a bem da verdade, para a “qualidade de vida” no Algarve.

E as eleições, não contam na lista das adivinhações? Para quê? Essa questão não é matéria para adivinhões – está tudo mais ou menos decidido, calculado e controlado. Sabe-se quem sai, quem entra, o que quem entre tem para fazer e o que quem sai pode receber como compensação. A contagem dos votos é quase uma mera formalidade. Nas eleições europeias, o Algarve deixou de ter qualquer interesse. Para as legislativas, quem devia naturalmente e pela lógica dos resultados ganhar, parece que está a fazer tudo para perder, e quem tinha tudo para perder inclusivamente o ar de lobo e sendeiro, ganha inesperadamente o ar de santo inocente. E quanto às autárquicas, ainda estão longe, havendo muito tempo para mudar as pilhas da máquina de calcular, se é que estão acabadas.

E aqueles elevadíssimos assuntos a que uns espíritos de elite de vez em quando se referem, como a cultura, o civismo, a sustentabilidade, etc., isso não conta? Se tais assuntos nunca contaram, é agora que vão contar? Quando muito, vá lá!, a sustentabilidade sendo um conceito que dá para tudo, desde a orquestra clássica à banda filarmónica, que se use tal conceito que dá bom tom.

Por tudo isto, o Algarve não precisa de eleger responsáveis pela região, não precisará até de deputados como se tem visto e comprovado, dispensa completamente um eurodeputado que seja, e tanto faz que algum ministro seja de Olhão ou de Aljezur. O Algarve, a bom rigor, não precisa de nada, a não ser de um bom bruxo que adivinhe com segurança como vai evoluir a Europa, o imobiliário, e a chuva.

Flagrante mentalidade: As livrarias desapareceram, o que resta é milagre, mas também para quê mais esta preocupação se o Algarve praticamente não lê nada e sempre pouco leu, como comprovam as estatísticas do País? Mas há coisas que obrigam a pensar. Loulé a celebrar António Aleixo e, percorrida a terra, nem um livro do poeta se encontra. Nem vale a pena transcrever aqui os tíulos do hipermercado…

Carlos Albino

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