SMS: Linha da frente ou linha subterrânea?

É já como que uma moda aplaudir-se quem está, invoca estar ou reclama estar na chamada linha da frente. Por contágio ou imitação, aquilo que se viu reportado com toda a justiça dos confins do mundo, acabou por chegar com menos justiça à nossa cidade. Ou mesmo sem nenhuma justiça à nossa rua. Não raras têm sido as vezes que se tem justificado mais pateadas e apagar de luzes do que aplausos e velas acesas. Porquê? Porque a pandemia tem servido de oportunidade para o aparecimento de linhas subterrâneas onde militam não heróis mas sabotadores, não gente abnegada e dedicada à causa pública mas gente de que toda a sociedade se devia envergonhar ou mesmo temer.

Essas linhas subterrâneas estão também na área da saúde ao lado das tais outras e inspiradoras linhas da frente, as quais são nutridas e ruidosas perante as câmaras de televisão, sendo engolidas terra abaixo mal as televisões partam para os seus locais predilectos – os locais de desastre bombeiral. Mas não é apenas na saúde que as linhas subterrâneas funcionam. Existem em quase tudo o que seja serviço público com maior ou menor intensidade. E o que pretendem? Se não é parece mesmo que pretendem criar um clima de sublevação, de protesto e de mau estar na sociedade. A pandemia está grandemente a ajudar para essa gente que merece uma pateada atinja finalidades escondidas a todos os níveis de que uma região dispõe. Se assim não é, parece.

E como é essa atuação subterrânea se manifesta designadamente nos serviços públicos? Não é difícil constatar. Há serviços públicos essenciais que, em função das restrições do atendimento presencial, remetem os cidadãos para o email ou para um número de telefone? Então deixa-se passar os dias e dias sem que ao email se dê resposta, ou se o telefone toca e toca, deixá-lo tocar se não é mesmo intencionalmente desligado. Para não se referir os atendimentos autoritários, ditatoriais e agressivos sem razão aparente.

Quem aplaude estes serviços?

Flagrante surpresa: Ouviu-se dizer que o Algarve já não precisa de tantos médicos como em anos anteriores… Agora se entende porque é que quem se oferece não é acolhido nem merece resposta.

Carlos Albino

Deixe um comentário

Exclusivos

Algarve comemora em grande os 50 anos do 25 de abril

Para assinalar esta data, os concelhos algarvios prepararam uma programação muito diversificada, destacando-se exposições,...

Professor Horta Correia é referência internacional em Urbanismo e História de Arte

Pedro Pires, técnico superior na Câmara Municipal de Castro Marim e membro do Centro...

O legado do jornal regional que vai além fronteiras

No sábado passado, dia 30 de março, o JORNAL do ALGARVE comemorou o seu...

Noélia Jerónimo: “Cozinho a minha paisagem”

JORNAL do ALGARVE (JA) - Quem é que a ensinou a cozinhar?Noélia Jerónimo (NJ)...

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.