Código de Ética do Comentador Português:
1.º – O comentador deve ser sempre um aldrabão sorridente.
2.º – O comentador está isento de identificar fontes, assumindo-se não só como fonte mas também como fontanário.
3.º – O comentador deve tratar o jornalista que teatralmente o interroga, como um ignorante, para que quem o escuta não seja tentado a julgar que sabe mais do que ele.
4.º – O comentador deve fazer um gesto largo no ar por cada pensamento inovador descoberto, gesto esse não tão grande como o do papa na bênção urbi et orbi, mas também não tão pequeno como o das crianças a limpar o nariz.
5.º – O comentador deve esquecer-se do seu passado, lembrar-se do passado dos outros e, em caso de dúvida, referir sempre “se não me falha a memória”.
Este brevíssimo código, que redigi vai sete anos quando senti enorme repugnância por uns quantos aldrabões nos vários quadrantes, voltou-me à memória mal senti que esse valioso submersível que é Paulo Portas emergindo, voltou pretender ensinar o padre-nosso na TVI aos incrédulos lusitanos. Ora, esse código está actual e já não se aplica apenas a quem há sete anos vasculhava o fundo dos mares. Agora, mesmo com esta terrível pandemia, os Ali Babás antam em terra. Cada um deles com 40 vírus.
Flagrante contaminação: Algumas eleições autárquicas vão ser perdidas, por causa do Covid-19… A mentira não cura e muito menos ajuda a prevenir.
Carlos Albino