Isso mesmo, permitam-me que olhe um bocadinho para este relativamente longo passado que me liga ao Jornal do Algarve. Olhando não para mim, que não gosto nem cultivo isso, mas para as palavras que, com nome próprio sobretudo com a prolongada série das “Filtrações” que jaz nos arquivos. ou, para ladear o muro da antiga censura, sob disfarce de pseudónimos (Pedro Xavier, Afonso Gonçalves, Guiomar d’Ó Ortigão, etc.) fui deixando nestas páginas felizmente vivas. Palavras que se juntaram a tantas outras, aqui e ali, em páginas infelizmente mortas, das quais destaco com saudade as do Correio do Sul com uma coisa chamada “Sintaxe Oportuna”.
Pois olhando para trás, passados estes anos, é lícito perguntar se vale a pena. Não sei.
Tomando em consideração os principais temas que afetam o Algarve, isto parece das duas uma: o eterno retorno por doença hereditária, ou coisa nova filha da antiga. A lista de desapontamentos é longa e não vale a pena abrir a fita métrica para medir. E a verdade é que descrever os desapontamentos, disponibilizando a listagem a quem os provocou ou tolerou, parece trabalho inútil. Não o farei.
Não, não é despedida, é desapontamento. O Algarve desaponta. E tanto assim é que, caso a paginação desta página assim o requeira, solicito que o espaço que, para este apontamento N.º 922, faltar cobrir com palavras, seja deixado em branco.
Flagrante vénia: Para os de Coimbra que acordaram agora para a defesa de uma Área Metropolitana. Aqui no Algarve, qual imitação dos gregos com as suas Cidades-Estado! Aqui, basta-nos uma quantas Aldeias-Estado.
Carlos Albino