SMS: Quem avisa, bem quer

Para uma candidatura a Capital Europeia da Cultura exige-se, no mínimo, três coisas – que toque a reunir, que não se recorra a propagandistas de feira política, e que não se faça asneirada. Isso é válido para Faro se Faro quiser, como foi válido para Guimarães como parece que quis.

Primeiro, porque de Cultura se trata, será mau para Faro se as decisões e condução do processo forem capturadas por este ou aquele partido político, ou dependerem de algum entendimento debaixo da mesa que exclua seja quem for, ou ainda de alguma aposta eleitoral a prazo. Em qualquer dos casos, Faro perderá, muito embora tenha quase todas as condições para ganhar a aposta, agora que a concorrente Évora parece que já percebeu que colocou a carroça à frente dos bois. Mas, para ganhar, Faro tem que tocar a reunir, devendo os líderes locais transferir as escaramuças e ambições para terreno que nada tenha a ver com uma Capital Europeia da Cultura. É preciso não se perceber o que é uma iniciativa dessas para, a esse propósito, fazerem-se jogos de baixo alcance.

Segundo, porque não é negócio, não se pense que para se obter esse prémio de capital da cultura, isso depende de algum propagandista encartado, com experiência no negócio e com suposto currículo em capitais de cultura. Para Faro ganhar, tem que ser gente do Algarve, de preferência de Faro, e para ganhar com as zonas envolventes que garantem a densidade demográfica suficiente para que a área metropolitana do Algarve Central não fique atrás de qualquer outra zona concorrente do País, Faro deve comprometer gente desde Olhão ou mesmo Tavira até Albufeira. Gente com rosto, com conhecimento e identificada com a terra. Não cabem paraquedistas porque com paraquedistas Faro não ganha. Temos gente, temos conhecimento e, desde que toque a reunir, dificilmente alguém faltará à chamada.

Terceiro, que não se faça asneirada. Alguma pode estar quase a ser feita. Oxalá não se concretize porque o Algarve não perdoará. O anunciado presidente da comissão de candidatura, Guilherme d’Oliveira Martins, é nome de ouro e há condições para que o ouro não seja substituído por lata. Não estraguem, pois quem vos avisa, bem vos quer.

Continuaremos.

Flagrantes votos: Que o ministro da Saúde não adoeça no Algarve, nem que seja por acaso.

Carlos Albino

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