O que se tem visto é precisamente o contrário de partilha, apesar das declarações de intenção, do show off político e das falsas esmolas aos lóbis locais de cada um dos decisores e apóstolos à boleia. Nos assuntos essenciais – mobilidade, habitação, saúde e educação/cultura – é mais difícil descortinar um projeto ou programa integrado nas potenciais áreas metropolitanas e envolvendo os municípios de proximidade, do que descobrir um filão de ouro na praia de Faro.
Daí que os Comboios sejam já um insanável erro da natureza, que a Habitação não deixe de ser pecado mortal sem perdão possível, que a Saúde ande há décadas e décadas a alimentar o anedotário regional, que a Educação esteja presa por arames conforme os exercícios de autonomia das escolas, e que a Cultura pouco mais seja do que o encolher de ombros.
Nestas áreas, os municípios que tinham a obrigação de coordenar e integrar as suas políticas públicas, perdem um rico tempo em competitividades provincianas, quando não em espionagem artística para um faça antes do outro e inviabilize o outro.
Assim, com este caminhar, em vez de o Algarve construir áreas metropolitanas com capacidade de ombrear com outras do País, quando muito constrói aldeias vendo-se ao espelho como se fossem grandes cidades, tal como aconteceria se um camarão de Quarteira se maquilhasse pela manhã como se tivesse cara de lavagante de Olhão. Ou como se a distância entre uma aldeia e outra fosse a que existe entre o princípio e o fim do mundo, quando de Faro para Loulé é como percorrer a Ponte Vasco da Gama e sem o Mar da Palha por baixo… E entre Olhão e Faro é como que partir do Campo Grande e chegar ao Terreiro do Paço sem alfacinhas por cima, ou então entre São Brás de Alportel e o Aeroporto de Montenegro nem dá para a etapa mais curta da história da Volta a Portugal, nem dando para um contra relógio.
Roubar a capitalidade a Faro, o que é isso? Loulé querer ser a capital, o que isso é? Olhão voltar costas a Faro e a Loulé, onde é que se quer chegar? Independência de Quarteira, é assim, é como quem come um pastel de nata? São Brás pode viver na serra sem precisar de ninguém e então que viva, que cponversa é essa? São as perguntas que provam a doença mental de alguns, bastantes algarvios, dpença que tem um nome – provincianismo.
Continuaremos.
Flagrante pedido: Haja alguém que esclareça esta dúvida – afinal há ou não alterações climáticas com tremendo avanço do mar nos próximos 20, 30, 50 anos, com submersão de apreciáveis áreas do litoral algarvios, ou se os avisos de instituições científicas e previsões consolidadas de investigadores, não passam afinal de balelas. É que pelos recentes anúncios de grandes obras, tudo leva a crer que a subida do mar é uma mentira e que esta mentira apenas serve para prejudicar as eleições autárquicas…
Carlos Albino