SMS: Sinais de tremendo atraso

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Não interessa determinar quem tem razão ou onde está a razão, está em causa o comportamento de uns tantos cidadãos, tal como está em causa as orientações ou comandos, sejam estes políticos ou não, que levaram um grupo bem numeroso a dar prova de que não sabe discutir com serenidade e a respeitar regras de convivência que não resultem em guerra e confronto. O caso passou-se em Quarteira, por ocasião de uma sessão de esclarecimento promovida pelo Município de Loulé a propósito do traçado de uma recente ciclovia que atravessa a cidade e que tem sido alvo de reparos em alguns troços.

O auditório estava cheio. Não estive lá, mas ouvi relatos de quem assistiu e observei filmagens executadas em direto e colocadas acriticamente na internet, com o rótulo de “reportagem”, acriticamente como agora é costume seja a propósito de facas espetadas no coração de amante, de desastre com ossos expostos na 125, ou boi que apareça a boiar na doca de Faro. Gritaria continuada, insultos atrás uns dos outros, recurso a obscenidades, e histerismo sem fim impediam qualquer exposição, qualquer esclarecimento que se impunha dar, qualquer reparo que tivesse ou devesse ser anotado por quem decide, qualquer sugestão de correcção com argumento que a justificasse. Ninguém deixava falar ninguém, ninguém ouvia ninguém, e cada um parecia disputar a outro a heroicidade da justiça popular sem juiz, sem réus, e sem regras. Sabem muitos que a população de Quarteira, na sua maioria, não se revê no grupo que encheu o auditório autárquico e que deixou uma triste imagem pública de uma cidade que se reclama de cosmopolitismo, de tolerância e de sábia convivência. Apesar de aparentemente volumoso, sabem muitos que a cena próxima do terror, não é própria de Quarteia. Mas infelizmente é uma prova, mais uma, do tremendo atraso cultural e social que grassa em largos sectores da sociedade algarvia – é o pasto do populismo.

O ambiente de arruaça selvagem gerado em Quarteira por alguns cidadãos e algumas cidadãs – para não se deixar de fazer uma homenagem à visível maioria das presenças – tal ambiente prolongadamente vivido naquela sala fechada, não espelha o que humanamente é Quarteira. Isto sabe-se e comprova-se, pelo que não deixa de ser lamentável que grupos desses sejam estimulados por quem devia dar pública prova de possuir valores morais sem os quais a Política desmorona, a convivência é negada, e, como outrora se cantava, lá vamos cantando e rindo, mas acrescente-se agora – cegos pelos tremendos sinais de atraso, como antigamente dava prisão se fosse cantado.

Para bom entendedor… Nem interessa determinar quem tem razão ou onde está a razão.

Flagrantes indícios: Aumentam os relatos de jornalismo ilícito, de jornalismo ilegal e de jornalismo trapalhão no Algarve. Assessorias formais e informais, publicidade direta ou simulada, acumulação de funções públicas eticamente conflituantes, etc.. Mera advertência, por ora.

Carlos Albino

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