SMS: Troca de palavras

Palavra de honra que não sei se isto é jogo da democracia ou democracia do jogo. Tanto faz, quando, com a troca de palavras, o significado destas permanece inalterável. E é pena num tempo em que o País por entre as quatro gerações possíveis de cruzamento coevo parece ter na sua proa a tal “geração mais bem preparada de todo o sempre”, com as restantes frações a não saírem da cepa torta como nunca.

Sabe-se que muitos subiram tanto que chegam a Marte, que são líderes naturais, que são chefes predestinados, ganhadores incontestáveis, campões para diversos séculos e que dominam céus e terra sem terem mexido uma palha. Como também se sabe que ao primeiro teste de prova, apesar de tanta competência, quem subiu por escadote podre não sabe escrever uma simples carta, desconhece as mínimas regras de cortesia e respeito num corriqueiro atendimento telefónico, e eleva o tom de voz, o seu, quando estando por entre iguais, considera qualquer outro como um ente submetido e submisso. É esta gente, muita da qual possuidora de diplomas disto e daquilo e que navegou à bolina pelo mar dos falsos concursos públicos e dos empregos informais criados pelas regras da simpatia sem alma, é essa gente que espatifou a imagem e serventia de tanta repartição pública, de tanta secção, departamento e divisão municipal, e que leva a pensar-se que tanto faz haver jogo de democracia como democracia do jogo. A essa gente tanto lhe faz que viva em liberdade ou em ditadura. Se vivem em liberdade, cospem veneno. Se voltam a viver em ditadura, engolem o genuíno cuspo da cobardia ficando-lhes a saliva da delação ao canto da boca. Quando esta gente se amontoa na praia comum das escolhas coletivas, não há nadador-salvador que nade até chegar ás vítimas e muito menos que as salve.

E é assim que estão à porta umas eleições legislativas, no mínimo, esquisitas. E por serem esquisitas, é até coerente com a esquisitice que os que já estavam, tirando exceções, voltem a perfilar-se. As exceções, que são poucas, surgem tal como as amibas surgem como a biologia explica – emitindo pseudópodes. Pseudópodes, pouco mais. Para quê programas que os programas apenas podem ser os mesmos de há tão pouco tempo? Para quê promessas se as promessas tardam a ir a julgamento?

Bom Ano de 2022! Já bastaram as trocas de palavras de 2021.

Flagrante evidência: É óbvio que o Algarve não tem culpa nem pode ser implicado por alguns devaneios de quem fala sem legitimidade e sem procuração em nome do Algarve.

Carlos Albino

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