SMS: Uma grande encomenda nos saiu – os CTT

O debate sobre os CTT na televisão (Prós e Contras desta segunda-feira), acordou muita gente para uma questão de fundo – o serviço postal como serviço público. Independentemente das estações que fecham em vilas e cidades, dos postos que abrem a um canto das juntas de freguesia ou improvisadas em lojas, independentemente da diminuição das cartas escritas devido à vulgarização do correio electrónico, e aparte o aumento das encomendas postais pelas novas rotinas comerciais, não é preciso grandes debates nem grandes pesquisas para se saber que aquele serviço público – condição sine qua non da privatização dos CTT, está degradado, não serve e não inspira segurança. Nem confiança, sobretudo pelo que corre estar a acontecer com a expedição de determinado tipo de informações a que se exige confidencialidade, designadamente informações bancárias.

Nesse debate da televisão não surgiu nenhuma voz do Algarve, mas quem lá reportou experiências do Norte e Centro do País disse mais ou menos o que as vozes do Algarve poderiam testemunhar. Primeiro, as juntas de freguesia estão a suportar a carga alijada pelos CTT, enquanto o recurso a lojas do comércio privado se tem revelado aqui e ali um completo falhanço e uma solução inapropriada. Segundo, descontada a história da entrega dos vales das pensões a idosos, a distribuição da correspondência e encomendas postais está numa lástima. Mal de quem seja frequentemente destinatário de alguma encomenda – quilómetros até ao “posto”, meia hora na fila de espera, um incómodo que o remetente jamais pensa mesmo que tenha despachado a encomenda por gentileza. Ou seja – o destinatário faz de carteiro de si próprio ao serviço dos CTT. Além disso, a desaparição dos marcos de correio onde estes existiam e a inexistência nas novas áreas urbanísticas de vilas e cidades. Para se meter uma carta no correio, em algumas localidades, é preciso percorrer quilómetros. Para mais, as péssimas condições de trabalho dos carteiros que por aí andam a fazer milagrosos equilíbrios em motorizadas (quando as têm) sobretudo quando a carga inicial pesa,

Bem vistas as coisas, todos sabemos que a privatização dos CTT não teve na mira o que a que respectiva sigla acarreta – correios, telégrafos e telefones… Os telefones estão noutras várias mãos, os telégrafos há muito que acabaram. Ficaram os correios e é esta a carga que os CTT querem alijar, no que tem de serviço público. Todos sabemos que aquilo que esteve em causa e está, é o banco que nem é correio, muito menos telégrafo ou telefone, fazendo com que a sigla minta, muito embora já apoie o futebol.

No Algarve, com população muito dispersa, os CTT saíram-nos numa bela encomenda.

Flagrante exposição: No Museu Nacional de Arqueologia (Mosteiro dos Jerónimos), a exposição sobre o passado de Loulé atingiu 100 mil visitantes. É obra.

Carlos Albino

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