SNS -A Relevância da Acessibilidade

Acessibilidade e Credibilização em Saúde, duas condições imprescindíveis. Têm de ser equivalentes nos níveis de excelência oferecidos.
A credibilização sem a acessibilidade é completamente ineficiente, o mesmo se os Cuidados de Saúde forem acessíveis, mas de crédito nulo ou reduzido.
Dos primeiros o cidadão não consegue beneficiar, aos segundos não tem qualquer interesse em buscar.
A credibilização do SNS tem-se mantido intocável e no mais alto patamar, como bem demonstrou a recente pandemia.
A acessibilidade tem-se mostrado progressivamente mais difícil, impossível mesmo, quando Serviços de Urgência chegam ao limite de encerrar portas.
O novo Estatuto do Serviço Nacional de Saúde deveria considerar modelo organizativo facilitador da acessibilidade o que não nos parece ter sido perseguido. Quando se lê o proposto naquele Estatuto logo nos questionamos de qual a melhoria do acesso de que beneficia o cidadão residente no Sotavento algarvio, quando para se submeter a qualquer acto exequível em ambulatório continua a ter de se deslocar ao Hospital de Faro, distante e superlotado. Vai de manhã e volta à noite, num trajeto penoso para a sua condição de doente.
Porque não são realizáveis estes actos no Sotavento? Bastaria serem considerados nos novos Centros de Saúde ou naqueles a reformular, a capacidade da realização daqueles procedimentos, o que determinaria uma mudança profunda na acessibilidade, logo no bem estar e tranquilidade do cidadão.
Terão de ser as Autarquias a pressionar o Ministério da Saúde para uma mudança organizativa que este não considera? Parece mais fácil de obter com o PRR mas mais difícil com a centralização agora definida no Estatuto do SNS, mas se reconhecida a necessidade há que aproveitar a oportunidade. Ou terão os cidadãos do Sotavento de manter a dificuldade do acesso ao SNS?
Note-se que nem tem nada de novo o equacionado. As empresas de saúde privadas há muito têm posto em prática um modelo de prestação mais próximo do cidadão com a preocupação de lhe ser mais fácil o acesso – condição que o motiva a aderir aos seguros de saúde – criando pequenos hospitais onde para além de um serviço de atendimento permanente assegurado por um especialista de medicina geral e familiar ou clínico geral, oferecem consultas de várias especialidades e a possibilidade da realização de actos cirúrgicos ou de diagnóstico em ambulatório, com grande satisfação dos utentes, outro tanto acontecendo no SNS no Hospital das Terras do Infante.
Porque não estabelecer este paradigma de prestação de forma generalizada no SNS, e no Algarve, no Sotavento algarvio?

Fernando Esteves Franco

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